Onde você for, eu sigo

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Eu ainda não conseguia acreditar que eu estava vendo o Christopher, que ele estava me tocando e por mais que doesse, todo o meu corpo dói, ele estava aqui e eu podia o tocar. Eu pisco meus olhos diversas vezes e ergo minhas mãos tentando o alcançar, ele segura minhas minhas de volta e de uma forma delicada me puxa para perto assim que eu me sento devagar na cama, eu olho em seus olhos azuis e me perco, eu me perco em todos os meus sentimentos de uma só vez. Era a tristeza e a segurança tomando conta de mim.

Christian me puxa para os seus braços assim que se senta na cama ao meu lado e eu me aconchego no calor do seu abraço, meu rosto pousado no seu peito e escuto o seu coração batendo. Eu me encolho ainda mais e sinto as lágrimas voltarem, minhas mãos estão trêmulas e tudo na minha mente é um grande borrão, eu fui atormentada pelas palavras da Senhora Washington que me colocou em um dos piores lugares e uma das piores humilhações da minha vida, não basta ser violentada e desrespeitada, ela me colocou nesse mesmo lugar que o Charlie Weber me jogou e me culpou. Eu sentia um pouco dessa culpa.

- Eu sinto muito - Christopher sussurrou ao limpar as minhas lágrimas, me abraçar forte e me passar proteção.

- A culpa... - Tento dizer e ele balança a cabeça negando, sua toca gentilmente não minha boca ao limparam lágrima na minha bochecha.

- A culpa não é sua, Lili - Ele diz baixo e sério, seus olhos azuis encaram os meus com firmeza e eu seguro a respiração - O único culpado é o Weber e ele vai pagar, já está pagando.

- Licença, Lili - Escuto a voz do Anthony e direciono o meu olhar para ele, eu não tinha percebido a sua presença e assim eu consigo me ajeitar na cama, ainda permaneço nos braços do Christopher e ele não se move, continua me abraçando e me sustentando - Sinto muito pelo o que aconteceu, eu nem consigo imaginar ou compreender a sua dor, eu espero que você fique bem - Eu balanço a cabeça assentindo de uma forma gentil apesar das lágrimas estarem seu acumulando em meus olhos novamente - Eu sei que talvez não seja a hora certa, mais o quanto mais cedo tivermos provas e depoimentos, podemos lidar com a situação. Abusos são casos difíceis, como outra violência e quando falamos sobre violência feminina, você imagina o quão mais difícil é.

- Eu não quero mais ficar aqui, eu quero ir embora - Sussurrei segurando firmemente o suéter o Christopher e ele balançou a cabeça assentindo rapidamente - Por favor. Eu só não quero ter essa conversa aqui. Aqui não.

- Vamos para casa - Christopher beija a minha cabeça e eu estremeço novamente, ele me olha atenta e mesmo assim eu ainda me sinto frágil, eu não tinha nem sequer qualquer remédio para a dor de cabeça ou para as dores musculares.

- Avisarei o piloto que estamos voltando - Anthony diz e o Christopher balança a cabeça assentindo.

Anthony se afasta e caminha para fora do quarto, eu me levanto devagar e Christopher me ajuda, ele me olha como em uma exame e eu fico desconfortável, agradeço por estar de blusa de manga comprida e mesmo assim ele afasta o meu cabelo, seus olhos encaram o meu pescoço rapidamente e seu dedos tocam de forma delicada mas que ainda causa dor, ele provavelmente está olhando os chupões e as marcas dos dedos o Weber.

- O que ele fez com você? - Christopher sussurra preocupado e perdidamente sensível ao encarar os machucados - Eu vou acabar com a vida dele.

- O pior não aconteceu, a pior parte não aconteceu - Sussurrei tirando suas mãos do meu pescoço e fechando meus olhos, eu sinto o seu abraço e eu recebo, eu o abraço e permaneço com os olhos fechados, seguro as lágrimas ao respirar o seu cheiro e poder sentir seu perfume, eu não queria me sentir só mais um corpo. Mas, eu me sinto.

Christopher me ajudou a arrumar a minha mala, organizar as minhas coisas eu estavam espalhadas e eu apenas calcei a minha botinha de cano baixo que eu também tinha trago, eu peguei o meu casaco e Christopher pegou a minha mala, eu joguei meu cabelo toda para frente para não mostrar mais nenhum ferimento a ninguém, nenhuma dessas marcas, Christopher não disfarçava o seu olhar de reprovação, de raiva, ódio, agonia e qualquer outro sentimento ao me ver de cabeça para baixo segurando firmemente o meu casaco, seu braço direito estava em torno do meu corpo e Anthony permaneceu em silêncio ao nosso lado.

The NannyOnde histórias criam vida. Descubra agora