AVISO DE GATILHO! 🔞
Este capítulo contém sexo entre adolescentes, portanto, é inadequado para menores de 18 anos de idade.
Um segundo aviso em negrito avisará o momento de interromper a leitura, caso tu seja menor de idade.
Danielle
Me senti como se tivesse não só chegado ao céu. Mas tocado as estrelas. Foi lindo ouvir todo mundo gritando meu nome quando o locutor me anunciou como a vencedora da variação clássica.
Nicole praticamente me arrastou para o palco e me empurrou contra a Maria Luíza, de cuja boca pendia um sorriso de orgulho. Os bailarinos convidados, todos profissionais de boas companhias, tinham sorrisos nos rostos, e por mais que pareça pretensioso para uma garota de apenas quinze anos, me senti como um deles. Importante. Com brilho.
E pensar que eu não quis vir pra cá. Cheguei a dizer pro meu pai: não vou lá, não preciso desse festival. Eu não acreditava que pudesse dançar bem.
Mas eu simplesmente arrasei.
— Parabéns, Danielle. Você merece — ela disse, pondo a medalha no meu pescoço e me dando beijo no rosto e um abraço.
— Obrigada! — respondi chorando e sorrindo ao mesmo tempo.
Olhei para a medalha, os detalhes tão lindos, a figura de uma bailarina fazendo um arabesque. Tudo aquilo queria dizer muita coisa pra mim, que eu ainda não sabia dizer. A ficha não tinha caído.
Eu já havia vencido muitos festivais e campeonatos, inclusive fora do Brasil, então tinha intimidade com o primeiro lugar. Mas vencer a Duda tinha um gosto mais que especial, porque ela era minha referência. A gente tinha uma rivalidade muito grande. Éramos amigas, mas nos espelhavámos uma na outra pra evoluir.
E eu a havia superado.
À pedido do curador artístico, caminhei para frente, ficando quase na beira do palco. Os gritos e palmas pareciam não ter fim. Vi pessoas chorando, emocionadas, e nunca pensei que eu pudesse despertar esse tipo de emoção. Então eu me rendi, acenei pra todos e fiz um coração com as mãos, dizendo que amava todos eles.
Danny, te amo, escutei alguém declarar.
Posei para fotos com bailarinos, coreógrafos e crianças. Dei entrevista para um jornal local, recebi abraços. Tirei selfies com meus amigos. Foi uma noite de sonho, do tipo que fica na nossa memória pra sempre.
Então, me vi sozinha, olhando para o palco.
Todo o público que havia me ovacionado se retirara. Os bailarinos que tinham competido. Os jurados. Ninguém, além de uma bailarina emotiva e feliz, havia ficado.
Minhas lágrimas tinham secado. Meu coração, aos poucos, voltava a bater normal.
Em pouco tempo, o teatro seria fechado e aquela noite ficaria só na minha memória. E nas fotos tiradas e vídeos.
Nada tiraria de mim a magia daquela noite.
— Danielle, você não vem?
Angel surgiu, com a mochila nas costas. Ele usava uma calça jeans skinny e uma camiseta preta com capuz.
Encarei meu partner delineando um sorriso tímido.
— Antes ele parecia tão grande... Agora, parece pequeno .
— O quê?
— O palco.
Meu partner veio até mim, me abraçou com um carinho que só os melhores amigos tem e me olhando nos olhos, pôs uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
— Todo palco fica pequeno quando você dança. Você é uma das melhores bailarinas que eu conheço. E o mundo vai ouvir falar muito de você.
Ele beijou minha testa, passou o indicador no meu rosto e se afastou sorrindo.
— Vem logo, antes que fechem o teatro e você fique presa com o fantasma da ópera.
Não tinha nenhum lugar pra onde eu quisesse ir, alguma coisa me prendia ali.
Olhei para as cortinas já fechadas, as luzes dos canhões, as caixas de som com os fios já desconectados das tomadas.
Inspirei. Até o odor era diferente, com outro toque.
Danny, Danny, Danny.
Eu não conseguia esquecer meu nome sendo gritado e minhas lágrimas brotaram de novo.

ANDA SEDANG MEMBACA
Danielle
RomantikaPara Danielle, nada é mais importante do que o balé. Seu sonho é dançar nos maiores palcos do mundo e superar sua mãe, a lendária Françoise Shushunova, o Cisne Branco, um mito da dança clássica. Durante uma competição de dança em Ribeirão Preto...