De repente você acelera e não vê as coisas que podem estar te rodeando .
De repente aparece alguém que te faz diminuir a velocidade e sentir o mundo como nunca havia sentido antes .
Não me refiro aos relacionamentos entre casais, mas sobre as boas pessoas que deixamos de observar por estar correndo demais.
Dara Muniz.Caroline alongava o pescoço antes de continuar com o longo trabalho de investigação. Desde que ela e Dayane chegaram de viagem a ruiva não teve um longo tempo pra voltar ao trabalho. Mas como um passe de mágica, um novo caso de homicídio apareceu, e como uma boa detetive Caroline apenas estava fazendo o seu trabalho. Caroline contabilizava o tempo em que trabalhava sozinha, já que vinha cultivando algumas parcerias proveitosas dentro da delegacia em que trabalhava. Porém a ruiva sentia falta do silêncio e da independência de conduzir um trabalho por si só. Nada de nerds da computação confundindo sua cabeça com termos técnicos ou fazendo uma bagunça em sua mente em troca de informações.
O vídeo na tela mostrava um homem e uma mulher de aparentemente 25 anos andando de mãos dadas pelas ruas iluminadas de Nova York, no segundo seguinte os dois começaram a correr de alguma coisa. Depois de alguns minutos assistindo o vídeo Caroline observa um outro homem aparecer e começar disparar tiros contra o casal e acertando a moça que estava junto do homem. Quando terminou de assistir o vídeo Carol logo em seguida puxou a ficha do depoimento do sobrevivente. Caroline não acreditava que depois de tanto tempo o nome dele ainda podia aparecer em sua vida. Taylor Low, era cantor e um artista bastante conhecido no mundo da música, no seu depoimento dizia que ele foi vítima de um assalto e como consequência sua namorada não resistiu aos disparos no local. A ruiva pega o celular e disca o número da vítima para que eles pudessem se encontrar para investigar melhor o caso.
— Taylor? - Caroline pergunta assim que escuta um alô do outro lado da linha. — Quem está falando é a detetive Biazin, sou a investigadora que está cuidando do homicídio de sua namorada.
— Olá Caroline, já estava esperando a sua ligação.
— Poderíamos nos encontrar na cafeteria próxima a Times Square? Precisamos colocar o seu depoimento a par do caso.
— Claro, em trinta minutos estarei lá.
Caroline se perdia em pensamentos e tentava não ficar nervosa pela volta do seu passado, pela volta de Taylor em sua vida. Ela passava a mão no cabelo em uma tentativa falha de não expressar sinais de nervosismo e medo. Ela corria os olhos pelo apartamento pensando como tudo foi acontecer.
Nesse momento Dayane entrou no apartamento e foi para a cozinha e ao passar por Caroline percebeu a feição que a ruiva tanto tentou passar despercebida.— Está tudo bem? — a morena perguntou diretamente para Carol. — Parece estressada!
Caroline ficou olhando pra Dayane sem entender o que estava exatamente falando, estava tão perdida em pensamentos que ela não fazia ideia de que a morena acabara de dizer a ela. Até tentou ler os lábios dela, mas a boca de Dayane mexeu rápido demais fazendo com que a ruiva se perdesse de novo. Por isso ficou apenas encarando a morena até que ela pudesse repetir o que tinha acabado de dizer. Levou até que alguns segundos pra Dayane entender que Caroline estava pensativa e preocupada demais com alguma coisa, e logo ela sorriu por conseguir compreender os sinais da namorada.
— Você viu que a sua orelha está vermelha demais? Isso significa que você está com raiva de alguma coisa. — Dayane afirmou e logo corou envergonhada pois percebeu mais um sinal importante no corpo da ruiva.
— É... Está tudo bem. — Caroline gaguejou ao tentar dizer alguma palavra. — Desculpa, é que tem muita coisa se passando por minha cabeça.
— Tudo bem... — A morena afirmou sem graça.
— Eu preciso sair para resolver alguns problemas, não sei que horas vou voltar então não me espere...
— Eu também vou sair, estou indo ao estúdio para finalizarmos alguns sons. — Day sorriu e logo pegou a chave de casa e deixou Caroline sozinha novamente no ambiente.
Taylor era um homem legal, quando ele é Caroline estavam juntos ele a ensinou a andar de moto e também a fez entender milhares de coisas sobre astrologia. O seu perfume era doce demais para ela, mas isso era uma das coisas que Carol amava nele, porque no final do dia o seu cheiro se misturava com o café que ele adorava passar durante o dia. Quando estavam juntos ele usava roupas estilo old school e a ruiva achava a coisa mais fofa e ridícula do mundo.
Eles se separaram uma vez porque Taylor precisava se mudar para a Guiana Francesa. Quando voltou para passar alguns dias em Nova York a primeira coisa que ele fez foi ir atrás de Caroline, e anos depois ainda estavam juntos aproveitando cada segundo do amor que eles sentiam um pelo outro.
Até que o amor um dia cismou em acabar e Taylor foi embora sem deixar nada para Caroline, ela só ficou com lembranças de um amor frágil.— Caroline Biazin, quanto tempo faz? — Taylor questionou assim que a ruiva se sentou na mesa dentro da cafeteria. — Você continua linda.
— Taylor, você continua ousado. — Ela sorriu ao afirmar a frase. — E sempre se metendo em confusão.
— Dessa vez eu juro que não foi a minha culpa, eu prometo. — O homem moreno afirmou encarando os olhos brilhantes de Carol. — Eu sei que a nossa história não é lá das melhores, mas eu preciso da sua ajuda.
— Eu vi o vídeo do assassinato da sua namorada. — a ruiva afirma ao ver o homem sumir com o sorriso do rosto.
— Ela não era minha namorada Caroline, ela era uma atriz que a minha agência contratou para fingir um romance. — Ele afirma baixinho. — Acredito que a morte dela foi como um aviso... Um aviso para que eu tomasse mais cuidado.
— Você acha que sabiam que não era sua namorada e mataram ela pra alertar você de alguma coisa?
— Carol, eu sei que a gente não terminou muito bem, vamos deixar isso de lado e vamos ser amigos. — Ele propôs a ruiva. — Eu preciso de ajuda e eu confio muito em você para resolver isso.
— Tudo bem Taylor, mas é a última vez que eu me envolvo na sua vida...
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Ironia do Destino
RomanceDepois de uma grande tragédia, talvez Day nunca mais seria a mesma...Ela havia mudado, todos sabiam desse fato, a garota simplesmente não podia fechar os olhos para os erros do passado, que estremeciam seu cotidiano. Depois de perder sua família, o...