Don't Let Go

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- Nós precisamos fazer esse flagrante, e não pode passar dessa sexta. Só assim vamos conseguir abrir o inquérito e colocar esse sujeito atrás das grades. – eu passava as orientações para os policiais que estavam comigo. -- É sempre assim que funciona comigo, eu coloco uma meta e bato ela logo em seguida, entendido?

- Sim Biazin! -- O policial respondeu e em seguida vejo outro policial adentrar a sala. Era um policial da ronda e ele estava um pouco desesperado. - Detetive Biazin, desculpa atrapalhar, mas acabamos de receber uma informação importante. – Ele entrou na minha sala como um foguete. – Nos avisaram que a sua namorada,  acabou de dar entrada no hospital, ela foi assaltada e... E atiraram nela.

- Qual hospital? – perguntei apavorada, sentindo meu coração apertar.

- Para o New York Presbyterian! — Ele afirmou e eu sai como um foguete naquele momento. E durante o período até o hospital eu pedi pra todas as forças do universo para não deixá-la partir, para não tirá-la de mim.

— Dayane Lima, deu entrada há alguns minutos no hospital ! — Afirmei pra a recepcionista e ela logo me deu uma resposta. -- Onde ela está, quero vê-la! -- Afirmei sentindo o nervosismo tomar conta do meu corpo. 

— Senhora, não podemos passar informação e não podemos deixá-la entrar. Se quiser espere lá fora junto com os familiares dela. 

— Me deixe entrar por favor, sou sua noiva! Tenho autoridade maior e exijo isso. — Retruquei mostrando o meu distintivo.

— A sala de espera está à direita do corredor, espere por lá e logo receberá notícias. — Ela afirmou com feição de poucos amigos, e eu não me importei e segui para a sala onde ela me mandou. -- Sinto muito. 

Adentrei a sala de espera e logo avistei Victor com lágrimas nos olhos e a secretária dela com uma feição muito preocupada. O ciúme deu algum sinal de vida mas eu logo ignorei pois não era hora nem momento para esse tipo de ação. Dayane ainda estava em cirurgia, me sentei na sala de espera, sendo torturada pela ansiedade e pela agonia. Algumas horas depois eu andava de um lado pra o outro esperando por notícias.

Após longas horas o médico apareceu.

Sabe aquele momento que tudo o que você viveu se passar em sua mente como um filme? Como se sua vida estivesse por um triz de acabar ou de se perder?
Era como perder parte de mim e eu não estava preparada para isso, não agora!

— A bala felizmente atingiu o ombro dela, não chegou a ficar alojada! — Após dizer isso eu senti um alívio incomum. — Ela perdeu muito sangue mas está tudo sobre controle. — O médico foi direto e eu simplesmente agradeci mentalmente por ela estar viva.

Agradecemos o doutor, e fiquei aguardando até que todos os seus amigos a visitassem na sala.
Adentrei a sala e cheguei perto dela e ela ainda dormia serenamente. Fiz um carinho leve em seu rosto e segurei uma de suas mãos. Agradeci aos seus por ela estar bem, mas não deixei de sentir um remorso por não estar com ela no dia de hoje, no seu aniversário. Eu me sentei no sofá de frente e comecei a observá-la, o choro nesse momento já me invadia, tomava conta do meu ser. Eu chorava por não estar presente, por não ser mais sua namorada, por correr o risco de perde-la para sempre. 

— Baby? — escutei sua voz fraquinha me chamar. -- Tratei de enxugar minhas lagrimas. 

— Oi. — corri até ela e a vi abrir mais os olhos. — Está se sentindo bem? Está com alguma dor? Quer que eu chame alguém?

— Eu estou bem... Só não me lembro muito bem o que aconteceu. — Dayane afirmou confusa.

— Você foi assaltada e acabou levando um tiro, mas graças a Deus acertou o seu ombro. — Afirmei. — Alguns policiais que estavam fazendo a ronda e escutaram os tiros, eles lhe trouxeram para cá e o médico te deixou fora de perigo. — Me desculpa..

— Não tem o porque se desculpa Caroline, a gente terminou e não era obrigação de você estar comigo hoje! — Ela foi direta e eu senti um aperto no peito com suas palavras. — Não assuma a culpa.

— Eu devia estar com você, você correu risco de vida e agora está nesse hospital! — afirmei.

— indiferentemente Caroline, se você estivesse comigo não iria mudar nada, eu entraria na frente da linha de tiro por você e daria no mesmo.

Assim que ela disse a ultima frase eu entendi tudo, ela era o amor da minha vida e eu a havia perdido, ela se sacrificaria por mim mesmo depois de tudo que eu fiz, ela salvaria a minha vida mesmo sabendo que não existia vida sem ela. 

— Day... — Supliquei ao sentir uma pontinha de esperança em ter ela de volta.

— Não vamos pensar nisso ok? Eu estou bem e isso que importa.

As lágrimas escorriam pelo meu rosto, eu estava feliz que ela estava viva e meu coração disparava ao ver ala sorrindo.

— Descanse um pouco, se você precisar eu estarei aqui.

Após alguns minutos vi sua respiração acalmar e pude perceber que ela estava quase dormindo até que;

— Eu te amo! — Ela afirmou. Talvez ainda pudéssemos ficar juntas e eu implorava ao universo que me desse essa chance.

— Eu também te amo.

Ironia do Destino Onde histórias criam vida. Descubra agora