Futuras mudanças

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As vezes as coisas parecem confusas e fora dos eixos, por negligência nos afastamos e por vezes criamos muros que nos separam de pessoas que se importam, que querem o nosso melhor.
Pelas más experiências nos fechamos e empurramos para longe aqueles que apenas querem ajudar, dizer um olá. Eu aprendi, com todos os tombos e socos no estômago, finalmente aprendi, nunca sabemos quem vai nos trair, mas tudo bem, não precisamos nos fechar, se isolar só piora tudo, acredite.

Dayane acordou com a cabeça e todo o corpo doendo. O frio, mesmo com o aquecedor ligado, a fazia tremer. Ela obrigou seu corpo a levantar e foi até o banheiro, tirou sua roupa e se olhou no espelho, estava um trapo. Seus cabelos desgrenhados, rosto pálido e olhos cansados a deixavam com uma aparência abatida.  A morena estava ansiosa pela mudança de Caroline, seriam apenas alguns dias até tudo acontecer. Apesar da ansiedade ela estava trabalhando muito e adiantando algumas coisas para passar mais tempo com a namorada em sua casa. Eram noites sem dormir, dias sem se alimentar direito, Dayane estava se esforçando demais e isso a preocupava um pouco também. Já que todas as vezes que levava uma carga horaria pesada seu corpo sempre pedia arrego.

Logo entrou no chuveiro e a água quente aliviou a dor que sentia, seus músculos relaxaram e por alguns instantes se sentiu disposta. A dor voltou assim que a água deixou de correr por seu corpo. Ela caminhou até seu armário e colocou um pijama quentinho para voltar a dormir. a morena voltou a se aconchegar em suas cobertas e logo o sono tomou seu corpo outra vez. Eram 10:00 da manhã quando seu celular começou a tocar, ela encarou o aparelho com dificuldade e viu a foto de Caroline estampando o visor. Demorou alguns segundos para atender a chamada.

Caroline precisou fazer uma viagem às pressas para resolver alguns problemas com o seu pai e Dayane sabia que se a ruiva descobrisse que ela estava doente seria um problema, Caroline ficaria preocupada e ela não queria uma ruiva super protetora em seu encalço. Não quando a ruiva já tinha tantos problemas para resolver. Day não queria ser mais um problema.

-- Oi amor, como vai? Ela tentou parecer o mais saudável possível mas não teve muito sucesso.

-- Lima, por que não me disse que não estava bem ontem quando te perguntei? -- a ruiva questionou ríspida. -- Eu te liguei a manhã toda, e você sequer atendeu. -- Havia uma mistura de raiva e preocupação em sua voz e Dayane não estava gostando nem um pouco daquilo. -- Eu estava louca de preocupação aqui.

-- Carol, eu estou bem. -- Dayane disse devagar, fungar um pouco não passou muita credibilidade a sua frase.

-- Não mente pra mim. Gizelly me ligou pela manhã e disse que você nem saiu do quarto hoje.-- Era nítido que ela estava chateada, sempre gostou de cuidar da namorada, e odiava saber que ela não estava bem.

-- Carol, não precisa se preocupar tanto assim. É só um resfriado, já vai passar...-- A morena disse frustrada, tinha capacidade de cuidar de si mesma.

-- Lima, eu já estou indo para casa, quando eu chegar conversamos.-- A mais velha disse apenas e desligou sem se despedir. Dayane estava ferrada, pois se tinha algo que a biazin odiava era omissões! E omitir que ela estava doente era um bom motivo para a mais velha brigar com ela.

Dayane encarava seu telefone indignada "Maldita Gizelly Bicalho!" disse baixinho,  xingaria a amiga por dedura-la se não a amasse tanto. Logo deixou seu celular de lado e deitou mais uma vez, ainda estava cansada, e em alguns minutos já estava dormindo. Ela acordou com as mão de Caroline em sua testa, ela falava com alguém em seu celular, mas ela não fez questão de descobrir quem era. Quando desligou ela decidiu falar. -- Você não deveria ter vindo, é só um resfriado, amor.

-- É claro que eu deveria ter vindo, você está queimando em febre.--  Dayane queria protestar mas estava fraca demais para isso, então apenas se aconchegou mais as cobertas. Caroline saiu e voltou depois de alguns instantes. -- Amor, acorda... Você precisa tomar um banho.--  A voz da ruiva estava mais suave, mas ela ainda estava chateada com a morena. Lima levantou relutante e o seguiu até o banheiro, Carol a ajudou a tirar as roupas e olhou seu corpo. A ruiva notou que a morena estava visivelmente mais magra e pálida, o que fazia uma sensação ruim atravessar o corpo da mais velha -- A quanto tempo não está se sentindo bem?--  perguntou enquanto a ajudava a tirar a blusa fina que vestia por baixo do moletom.

-- Um dia depois de você ter ido. -- Ela disse envergonhada já esperando o sermão da namorada que não veio. Carol apenas franziu o cenho e tirou as próprias roupas rapidamente para entrar no banho com ela.

-- Amor.. Dayane a chamou e Carol apenas disse um "Oi." em resposta -- Você está brava comigo?-- a morena perguntou chorosa.

-- Não.-- a Biazin disse depois de um tempinho em silêncio -- Eu só estou chateada por você não ter me dito nada. Eu soube que você não estava bem pela Gizelly, Day. Ela me ligou cheia de preocupação porque estava vindo aqui na sua casa e você não saia do quarto e quase não comeu direito durante os 4 dias que eu estava fora. -- Fez uma pausa. -- Eu morri de preocupação, baby -- Continuou enquanto passava as mãos com sabonete nas costas dela.

-- Eu só não queria ser mais um problema para você, Carol. Você tem tantas coisas para resolver depois de ter retornado a delegacia. Eu não queria que ficasse preocupada só porque eu não estava me sentindo tão bem.-- Dayane disse enquanto a água escorria por suas costas.

-- Você nunca vai ser um problema para mim!  E sempre vai estar em primeiro lugar, Day. Nunca mais pense assim.--  As palavras saiam calmas e carregadas de sinceridade de sua boca. Ela a virou e a beijou antes de pegar toalhas para se enxugarem.

Depois de secar os cabelos de Day e colocá-la na cama, Caroline entregou alguns comprimidinhos coloridos para ela. -- Esses comprimidos são muito bons. Vão baixar sua febre e fazê-la sentir melhor mais rápido. -- A mais velha beijou a testa de Day e a deixou sozinha no quarto outra vez, em alguns minutos ela já estava cochilando, mas agora pelo efeito dos comprimidos.

-- Amor, levanta. Você precisa comer alguma coisa. -- Carol disse e ela levantou devagarzinho.

A ruiva a observava comer a sopa que a senhora Barbosa, empregada que Dayane tinha em sua casa tinha acabado de fazer. A mais nova já estava mais corada e bem disposta, talvez pelo banho, comprimidos e por se alimentar, mas a presença deCaroline foi o que mais fez diferença ali.

Após acabar a sua sopa se deitou no sofá e Carol fez o mesmo ao lado dela e a puxou para mais perto, estava morrendo de saudades e apesar das circunstâncias estava feliz por estar de volta com ela. -- Desculpa por não ter falado com você e por não ter me cuidado --  Disse baixinho e com vergonha. -- E obrigada por vir cuidar de mim.-- Ela disse e levantou um pouquinho para beijar a namorada em agradecimento.

-- Tudo bem, amor. Só nunca mais me esconda nada. -- Carol disse e a beijou outra vez. -- Porque você sabe, a Gizelly sempre vai me contar. — Ela riu e a apertou mais em seu abraço.

"Bendita Gizelly Bicalho!"  disse rindo e beijou Carol mais uma vez.

-- Eu te amo, e não importa o quão teimosa você seja eu sempre vou cuidar de você.-- Caroline disse e ela sorriu se aconchegando mais em seu peito.

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