Senhorita Kalimman

482 68 8
                                    

Se lembra quando alguém importante visou para agir sempre em razão e não pela emoção? Eu estava em uma luta interna em como agir a tal situação que me encontrava. Minha noite estava se tornando um caos, porque eu tentava ocupar minha cabeça enquanto Caroline conversava com o playboy do Taylor. Eu já tinha me irritado muito, meu computador travou e chorei por não conseguir salvar um arquivo, depois eu ri loucamente por uma frase engraçada que encontrei pela internet. Tudo que eu precisava era de Caroline junto a mim para que pudéssemos passar o resto de uma noite juntas como duas namoradas apaixonadas.

Esse garoto não tem casa? — Pensei alto enquanto escutava a interação dos dois na sala.

Caminhei até a cozinha na expectativa de espantar aquele ser que ainda estava em minha casa. Fui até a cozinha impaciente e comecei o processo de café. Eu batia o pé freneticamente no chão como se isso fosse fazer a cafeteira andar mais rápido, eu estava nervosa e a conversa dos dois não estava me agradando nem um pouco.

— Bater o pé assim não vai acelerar o processo da cafeteira. — Escutei a voz melosa do homem chegando em meus ouvidos, revirei os olhos ignorando o ciúme que tinha sobre ele.

Quem sabe se eu bater o pé no chão um pouco mais forte não consigo fazer um buraco pra te jogar dentro? — Disse em meus pensamentos conturbados. — Está incomodando? — Perguntei o mais simpática possível. — Me desculpe.

Peguei todo o café que fiz e levei a mesa me juntando aos dois, eu ajudaria nesse caso, quem sabe ele não iria embora mais rápido da minha vida?

— Vocês ainda estão discutindo em como armar uma cilada para o assassino? — Questionei a Caroline.

— Sim, mas não conseguimos pensar em algo. — A ruiva retruca concentrada nos papéis em sua frente.

— Alguém matou a falsa namoradinha do Taylor para dar um aviso, certo? — Perguntei e vi os dois concordarem em uníssono. — É só contratar uma atriz para fazer exatamente igual, armem um caso para o senhor engomadinho aí e os paparazzis vão fazer o trabalho de levar a informação até o assassino. — Sorri orgulhosa. — No dia de um show importante deixe todos saberem que vocês estarão juntos, na saída do local até o seu apartamento armem uma patrulha. — Afirmei. — Quem quiser realmente te matar vai mandar outro recado ou então vai fazer de uma vez só. — Falei como se fosse óbvio. — Você sempre está rodeado de gente, aposto que ele vai aproveitar um único momento que você estiver sozinho para finalizar o serviço. — Disse tomando um gole do meu café. — Arme uma armadilha bem feita, assassinos podem ser descuidados mas não são burros, ele tentara cometer o crime a noite.

— Por que? — Taylor me perguntou preocupado e em seguida vi Caroline me olhar curiosa.

— Aquele velho ditado Taylor, — Sorri sarcástica. — "Na noite todos os gatos são pardos" — Afirmei convicta. — Na escuridão tudo se confunde, inclusive o certo com o errado, fiquem espertos!

— Alguma dica? — Ela me olhou curiosa.

— Cuidado a confiança, o assassino pode ter amigos comum com vocês!

— Você já pensou em ser policial? — Caroline me perguntou sorridente. — Você seria uma ótima detetive.

— Esse trabalho eu deixo pra você — Afirmei deixando um beijo em seu rosto.

Bom trabalho Dayane, agora é um dia a menos junto com Taylor. — Afirmei mentalmente comemorando tal ato.

Permaneci alguns longos minutos encarando os dois sentados na mesa, eles estavam acertando últimos detalhes do  "flagrante" que fariam em algumas semanas. Eu olhava para a cara do homem e até dava algumas opiniões sobre o caso e entendia que estava ajudando Caroline, de fato eu só queria que tudo isso acabasse rápido e meu ciúme fosse embora junto com o moreno engomadinho.

Olá. — Disse me levantando da mesa assim que senti o meu celular vibrar dentro do bolso. — Quem gostaria?

— Olá Senhorita Lima, quem está falando é a Rafaella, a sua secretária. — Escutei e me afastei mais ainda de Caroline. — Como está?

— Que bom que ligou Rafaella, queria mesmo conversar com você sobre alguns assuntos pendentes a futura turnê. — Afirmei.

— Eu preciso acertar alguns detalhes com você para uma entrevista que surgiu, gostaria de saber se esta interessada e apta a fazer essa entrevista.

— Claro! — Sorri vitoriosa. — Poderíamos nos encontrar na cafeteria perto da Times Square amanhã de manhã? — Fiz o convite a minha secretária. — usaríamos esse encontro pra acertamos os compromissos que ambas tenhamos dúvidas.

— Sim senhorita, as nove na cafeteria? — Ela perguntou e eu confirmei logo em seguida. — Tenha uma boa noite, se precisar de alguma coisa é só me mandar um SMS, estarei disposta a ajudar em qualquer coisa.

— Obrigada Senhorita Kalimman, tenha uma Boa noite.

— Quem é essa Dayane? — Caroline questionou logo atrás de mim me dando um grande susto.

— É a minha secretária, ela trabalha comigo a favor do meu contrato com a Universal. — Disse sem animação alguma. — Algum problema Caroline? — Perguntei debochada. — Se tiver me avise, e já aproveitamos e discutimos o fato de você estar junta demais com o seu ex namorado.

— Não começa com o seu chilique de ciúme Lima.

— Eu? — Soltei uma gargalhada sarcástica. — Eu entendo que é o seu trabalho, e fico feliz que vocês possam resolver isso onde eu possa ver. — Fui direta e ela se assustou com minha afirmação.

— Você é uma... — Caroline deixou a frase morrer em sua garganta.

— Uma o que? — Disse chegando mais perto dela. — Uma egocêntrica? Egoista que não entende o caso de necessidade dele? — Questionei colando o meu corpo no de Caroline. — Tudo tem limite Caroline.

— Você é uma grossa. — Ela afirmou tentando me afastar.

— Eu? — Sorri chegando perto dos lábios dela. — Eu não estou com ciúme Caroline, você sabe das suas escolhas. — Disse deixando um selinho rápido em seus lábios. — Eu te amo e creio que você sente o mesmo... Sabemos que será bem difícil estragar isso entre a gente!

Ironia do Destino Onde histórias criam vida. Descubra agora