Vogue

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— Está vendo só? Eu já gosto de você! — Gizelly falou sorrindo pedindo outra dose para o barman enquanto brincava com a borda do copo vazio com seu dedo indicador. — Olha, pra falar a verdade eu queria mesmo que todo mundo daquela empresa fosse igual a você, destemida e forte, você não quer mesmo trabalhar pra mim? — Ela perguntou sarcasticamente enquanto bebia mais uma dose.

Já estávamos naquele balcão do bar há três horas, Gizelly desabafava sobre as questões que a incomodava enquanto eu só sabia rir de como ela abordava aquele assunto. — Se caso sua carreira não der certo, eu ainda vou estar aceitando o seu currículo. — A mulher afirmou me fazendo gargalhar, de fato ela era muito divertida.

— Será que se a gente beber tudo isso e ir embora, eles vão perceber? — Questionei olhando as inúmeras garrafas no bar.

— Garota... O que tem de errado com você? — Deu uma risada enquanto degustava a dose de whiskey com pressa, deixando uma careta se formar em seu rosto enquanto o álcool queimava sua garganta sem pena. — Eu tenho certeza que na vida passada você era alcoólatra, você já bebeu muita coisa e continua em pé. — Gizelly já dizia com a voz arrastada me deixando preocupada por deixá-la beber demais.

Tratei de mandar uma mensagem para Rafaella, talvez eu e Gizelly saíssemos dessa festa um pouco tarde. Pela primeira vez eu estava me divertindo nessas festas, talvez eu já estivesse um pouco embriagada para conseguir dar opinião em algo. Porque vocês sabem, o bebado sempre vai ter uma incrível habilidade de achar tudo divertido e incrível.

Mensagem on: Rafa! Estou na mesma festa que o Victor, quando eu te ligar me busca por favor. Pode ser que eu demore mais por aqui, então não se preocupe com horário. Obrigada, Te amo.

Eu bebi mais um gole do whiskey em meu copo, talvez acompanhar gizelly era minha desculpa para consumir a quantidade de álcool que consumia, mas a verdade era que normalmente eu só estava decepcionada amorosamente, e começaria a ficar sóbria apenas para trabalhar.

— Okay, só pra constar você me deve uma noite inteira paga de drinks. — Afirmei e vi ela me olhar assustada.

— Já começou a delirar por conta da bebida? — Perguntou sarcástica. — Se eu sou obrigada a pagar por uma noite inteira tudo o que você for beber, eu vou a falência. — A mulher afirma me fazendo rir.

— Amanhã eu vou ter o pior dia da minha vida por causa da ressaca. — Afirmei internamente. — Eu estou apaixonada por uma mulher que não quer saber mais de mim. — Mumurrei para Gizelly— Não me pergunte como, eu preciso beber até meu cérebro esquecer isso. — Afirmei descendo mais uma dose.

— Porra, é só pedir ela em casamento. — Bicalho afirmava como se fosse a coisa mais fácil de se fazer. — Você me contou que vai lançar um álbum na semana que vem? Não é isso? — Ela perguntou e eu balancei minha cabeça confirmando. — Adiciona uma música romântica no álbum e pede ela em casamento em um show, eu duvido ela falar não!

— HaHaHa! — Disse sarcasticamente. — Você deveria ser comediante na próxima vida. — Disse sem humor. — A Caroline está com o Taylor, não seria fácil assim. — Afirmei tristonha.

— Não precisa me explicar, eu sou dona da Vogue e acompanho os sites de fofoca ok? — Gizelly testemunhou com ironia. — Eu sempre achei ele um grande babaca.

— Pelo menos nisso você concorda comigo. — falei gargalhando e brindando os copos.

Depois de algumas mais algumas horas naquele mesmo local e depois de conversamos diversos assuntos, eu já sentia o meu corpo muito pesado, talvez eu tivesse ingerido muito mais álcool do que eu devia. Gizelly estava pior do que eu, talvez eu seria a responsável da noite, precisávamos chegar em casa com segurança.

Rafaella? Vem me buscar, eu acho que não estou bem! — Afirmei sentindo um enjoo.

— Estou a caminho, vê se não entra em coma alcoólico até eu chegar. — Ela afirmou ao telefone e eu olhei pro lado pra conferir como Gizelly estava, ok, talvez ela não estivesse mas condições de falar nada.

A festa já estava no quase no fim, a noite também já estava quase no fim. A manhã seguinte seria uma bagunça total por causa da ressaca que eu teria. A música ainda alta e desconhecida faziam minha cabeça ficar confusa, Gizelly acabava de voltar do banheiro sujo da festa e sua mente estava quase parando, ela custava para raciocinar qualquer palavra que viesse a sua mente, eu me divertia com suas palhaçadas, e aproveitava, porque eu tinha certeza que esse efeito duraria apenas algumas horas, e depois ela voltaria a ser a durona chefe da Vogue. Escoramos em um canto enquanto aproveitava nossos últimos minutos naquele local. Essas Festas já não me faziam animadas a bastante tempo, porém a noite de hoje teria sido legal o bastante para distrair minha mente.

Estava distraída com a fumaça de meu cigarro quando ouviu alguém me chamando. Tentei identificar quem poderia ser, desistindo rapidamente, eu estava embriagada demais conseguir enxergar de longe.

— Eu preciso pedir um táxi e ir pra casa! — Gizelly me desvencilhou de pensamentos. — Poderia ligar e pedir um táxi para mim, o meu celular acabou a bateria.

— Tudo bem, você fica lá em casa. — Sorri a convidando. — Não é como se você fosse uma desconhecida, você é dona da Vogue, então acho que posso confiar em você.

— Então qualquer pessoa que for rica e dona de uma empresa você confia de olhos fechado? — Ela gargalhou. — Você nasceu ontem?

— Cala a boca Bicalho! — Afirmei jogando o copo de plástico vazio em sua direção. — Se você pegar um táxi agora, voce vai dormir no meio do caminho. Deus sabe o que o motorista pode fazer com voce.

Não precisa ficar de olho em mim. — Ok, Gizelly era poderosa e poderia ser bem esperta, era responsável o suficiente para agir por conta própria, embora claramente essas palavras não tivesse nada a ver com sua personalidade brincalhona. Mas juntando isso com a cabeça oca que tinha quando bebia, dava uma combinação que podia ser perigosa. Talvez eu poderia confiar nela e deixá-la em segurança.

— Olha, normalmente eu já tenho péssimas ideias mesmo sóbria, mas não acho que vai fazer mal ter sua companhia por mais algumas horas, na verdade, eu acho que será divertido. — Disse convincente vendo o seu semblante sorridente

— Ok. Ok. — Eu vou com voce Lima! Aproveite que eu estou de ótimo humor, normalmente eu sou uma pessoa brava e não gosto de interagir com as pessoas. — Ela disse suspirando ironia.

— Eu percebi com a sua falação no início da festa. — Zombei de sua cara e ela me mandou a merda, no final gargalhamos juntas.

Apenas juntei as mãos em sinal de agradecimento, ela divertidamente abaixou a cabeça numa curta reverência. Eu não nasci para ser responsável nem por mim mesma, imagina pelos outros. — Vai ser muito divertido, te garanto.— Peguei a garrafa que estava ao meu lado de volta e dei mais um gole, fazendo um careta. A parte sobre ter ideias péssimas quando sóbria ressonou comigo como nada antes. — Talvez a gente possa executar uma outra ideia ruim hoje à noite, o que me diz. — Sorri pensando no que poderíamos aprontar por Nova York.

— Não Lima, não me venha com esse papo de adolescente. — Ela disse animada.

— Vocês não irão fazer nada, levarei vocês para casa em segurança. — Me assustei com a voz firme de Rafaella. — E larga essa Bebida Dayane, sua cota já estourou por hoje.

— Rafaella? — Gizelly questionou um pouco assustada. — O que está fazendo aqui?

— Eu lhe faço a mesma pergunta Bicalho, o que faz aqui? — Rafaella questionou firme, me deixando sem entender absolutamente nada. Elas se conheciam? Rafaella conhecia a Dona da Vogue?

Ironia do Destino Onde histórias criam vida. Descubra agora