QUARENTA E OITO: ESTÁ NO GENE

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ANGELINA

— Não acredito que eu realmente fiz isso — diz a garota desfalecendo sobre a cama. Eva ainda está erguida ao seu lado — de joelhos —, ajeitando os cabelos cacheados. Anja coloca as mãos sobre o rosto, tentando suportar um pouco da vergonha, e um pouco da culpa que enfebrece suas bochechas.

— Acho melhor acreditar, já estamos nisso há uns 20 minutos. — Eva brinca tirando algumas gotas de suor da própria testa. — Mas achei que você estaria mais neurótica com isso.

— Provavelmente eu deveria. — Angelina tira as mãos do rosto e fita o de Eva. — Mas eu me lembro. É estranho. Não parece eu. E parece ao mesmo tempo. Nunca vou me acostumar com isso. Lembrar de coisas que eu não fiz... mas fiz.

— Claro que vai, só aguarde. — A ruiva se deita ao lado de Anja que vai ao canto da cama e ocultou-se por debaixo de um lençol. — É meio tarde pra tentar se esconder de mim.

— Isso é muito estranho pra mim, Eva. Quer dizer, eu lembrava da nossa amizade, mas éramos só isso há meia hora. Agora, somos... sei lá.

— Qual a graça de termos amigos, se não pudermos gozar de sua companhia. — A garota dá-lhe uma piscadela a Angelina vira o rosto novamente, sentindo-o queimar de vergonha. — Ainda preocupada sobre o que Luci vai achar disso?

— Nem tanto. Quer dizer, eu me sinto um pouco culpada, mas ele nunca se importou antes. Pelo que me lembro. Então acho que vai ficar tudo bem. — Anja sorri e se vira à garota, refletindo sobre seus atos recentes. Todos eles. — Eu tô mudando tão rápido. A cada momento são tantas informações novas que preciso assimilar. Acho que eu vou enlouquecer.

— Eu sei que deve ser difícil, mas ficar pensando demais sobre isso não vai ajudar, querida. É como diz aquele ditado; só relaxa e goza.

— Para com esses trocadilhos! — Anja sente o rosto ruborizar uma vez mais. — Puta merda, como é que eu vou explicar isso ao Lucas.

— De novo preocupada? Você é bipolar pra caralho, Anja. — A ruiva solta uma risada.

— Não é isso. É só... Como eu vou dizer: "Ah, enquanto você estava preso sofrendo no Tártaro, eu estava dormindo com a Eva, espero que não se importe meu amor". — Ela passa as mãos pelos cabelos, tirando algumas gotas do suor do rosto e jogando os fios para trás. — Eu não devia ter feito isso.

— É, você ainda não percebeu mesmo como é o Lucas. — Eva sorri e senta-se, escorando na cabeceira da cama. — Se isso te fez algum bem, querida, ele não vai ficar fritando aquela cabecinha linda sobre. O Lucas é complicado, de fato, mas nessas questões, ele é bem instintivo. Além disso você o ama, e esse é o pilar de uma relação aberta.

— Esse é o problema. — Anja também se ergue, escorando na parede. Ainda se cobrindo com o lençol branco e ficando levemente distante da ruiva. — Eu ainda não quero uma relação aberta. Olha, eu me lembro de tudo, beleza? Mas ainda não tô disposta a ceder o Lucas a mais ninguém.

Caídos (duologia Trono de Fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora