TREZE: EU NUNCA MINTO

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LUCAS

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LUCAS


O punho de Gabriel interrompeu seu golpe em um espaço infinitesimal do rosto de Lucas. Gabriel continuou o olhando, com as asas retesadas no ar, parado e fitando Lucas que estava com as mãos nos bolsos, o encarando como se não houvesse preocupação no mundo que tiraria sua tranquilidade.

— O que foi, irmão? — indagou Lucas em um ar tranquilo.

— Por que não sinto a mesma energia ofensiva em ti? — indagou Gabriel, claramente confuso. — Não vai defender-se?

— Ah, é isso que deseja? Pois bem...

Os olhos dourados de Lucas brilharam como Gabriel nunca viu antes. Todo seu corpo reverberou em dor. Ele caiu de joelhos frente a Lucas que apenas o olhava. Gabriel guinchou dolorido, enquanto suas asas eram obrigadas a se enfiarem para dentro das costas, Lucas comandava cada célula de seu corpo sem problema algum.

— Eu... não entendo... — gemeu Gabriel enquanto era submetido por seu irmão. — Você nunca deveria conseguir. Você nunca deveria ser tão poderoso, Lúcifer!

Lucas abaixou e segurou seu queixo de uma forma íntima, amistosa e ainda assim intimidadora.

— Se me chamar por esse nome, uma vez mais que seja, deixarei sua amada purgar no Rio Estige sem levantar uma pluma para ajudá-la.

Gabriel arfou enquanto Lucas deixava de forçar suas asas a voltarem para dentro, deixando que saíssem novamente.

— Por que... por que ela estaria no quinto círculo de Sheol?

— Ira. Ela odiava tanto a si mesma que não havia melhor lugar para sua estadia infinita. Mas não fui eu quem a enviou, como sabe, eu estou aqui. Dito isto, sabe que não há como eu apenas encaminhá-la para onde queria. Mas acho que Asmodeus fez uma boa escolha, não acha? Ele próprio arquitetou o inferno dela.

— Não foi você, irmão? Não foi você quem a matou para me oferecer um pacto, para tentar me ter de seu lado? — Gabriel retraiu e guardou suas asas e cambaleou, encostando na mesa onde o corpo de Sabrina repousa.

— Admito que vou lhe oferecer tal pacto, mas não, não fui eu... — Lucas caminhou e analisou a garota. — Se esqueceu de como eu gosto dos humanos, Gabriel? Eles são criaturas inferiores, de fato, mas não deixam de me surpreender. E olha que surpreender alguém imortal como eu é de uma façanha absurda.

— Às vezes eu me esqueço que já sacrificou uma de suas vidas humanas para salvá-los... — disse Gabriel voltando algumas eras na memória. — Por que tanto pelos humanos?

— Apenas curiosidade — disse Lucas amaciando os pulsos, se lembrando que ali foram fincados os pregos, se lembrando da coroa de espinhos. — Queria ver o lado mais bondoso da humanidade.

Caídos (duologia Trono de Fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora