CINQUENTA E CINCO: (BALYCHÓYE) SPASÍBA

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KAROLL

Os raios dourados do sol já queimam fortemente do lado de fora do vidro da janela da sala quando Karoll passa por lá rumo ao corredor na lateral da escada que leva ao segundo andar. Ao seu lado o, agora, quase irritantemente sorridente Alexander.

— Acha mesmo que aquilo vai funcionar? — questiona, ela.

— Claro que eu acho. Seu corpo só precisa de luz da lua, só precisa continuar com uma dieta noturna estrita. Todos os dias precisa recebê-la, em algumas semanas a aparência do seu corpo deve retornar a juventude padrão. Apesar de que temo que sua vida como lykan já tenha sido encurtada.

— Não dou a mínima para minha expectativa de vida, eu só odeio parecer desse jeito.

— Então pode ficar tranquila — assente indo a frente e abrindo a porta, se curvando um pouco e apontando a passagem ao quarto dos fundos. — Sen'orita.

Balychóye spasíba — responde Karoll acabando por sorri ao garoto. — Falei certo o "grande obrigado" russo?

— Perfeitamente.

Antes que Karoll passe pela porta, no entanto, fora impedida pelos dedos do garoto que seguraram sobre seu braço. Seus olhos e os dela se encontraram e ficaram parados um no outro por um momento. Apenas se observando.

— O que foi? — indaga, a garota.

— Eu só gosto de te olhar — diz com um sorriso irrefreável. — Você é tão linda.

— Acho que já me disse isso ontem umas 300 vezes.

Karoll se pega pensando que ontem o xingaria ou reviraria os olhos para sua petulância piegas e apenas desviaria do elogio bobo.

Nunca foi do gosto da garota a pieguice, mas Karoll também não se recorda de muitas coisas que tenha gostado ao longo de sua vida — depois dos eventos que a fizeram como é —, então pensa que talvez seja o momento de começar a se abrir a coisas novas.

Talvez — e apenas talvez — aceitar os elogios de Sasha não seja o fim do mundo, afinal. Talvez até goste, talvez até lhe faça bem.

— Posso dizer 600 vezes hoje? E 900 amanhã? Posso te acordar no meio da madrugada só pra te elogiar? — Alexander alisa sua bochecha com o polegar e sua personalidade forte com as palavras doces.

— Ok, eu vou admitir pra você e pra mim mesma que é bom ouvir isso, e que também é agradável conversar com alguém por mais de 10 minutos sem ficar entediada ou aborrecida — diz devolvendo a carícia no rosto e tocando os lábios do garoto em um selar leve e carinhoso. Um beijo leve, e não é o primeiro desde ontem — bem mais que uma vintena, de certo —, Karoll se permitira ao menos a isso enquanto se permite aproximar-se de Alexander. Permitindo também que os sentimentos açucarados do garoto curem um pouco do amargor de suas feridas.

Caídos (duologia Trono de Fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora