INTERLÚDIO: O FODIDO MUNDO DE SABRINA - FIM

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GABRIEL


DOMINGO – FESTA DE CASAMENTO

Gabriel estava parado ao lado de fora da bela e adornada entrada do local da festa para qual Sabrina lhe convidara.

Nunca achou que estaria tão envolvido com uma humana quanto está com essa. Sempre adorou levar os recados de amores entre dois humanos e verem eles se contorcendo tentando fazer dar certo. Uma vez que o anjo ganha olhar onividente sobre todos que age de cupido; armazenou centenas de milhares de horas de tortura humana a procura do amor.

Seu desprezo para com os humanos sempre esteve ligado à ganância dos mesmos. Ganância de nunca quererem o menor ou o mediano em nada. Não aceitam menos que tudo.

E ninguém pode ter tudo, ele sabe. Criaturas mesquinhas e desprezíveis, que na procura por sua própria felicidade, pisoteia e destroem seus semelhantes. Causam genocídios apenas para provar pontos e filosofias que nelas próprias, nada dizem. Feras animalescas que apesar das milhares de representações espirituais e divinas que criaram, só aprenderam a adorar duas coisas: Poder e Riqueza.

Ainda assim, ele gosta dessa humana. Mais do que tem dito para si, e talvez seja pelo fato de ela ser tão parecida com ele quanto nenhum outro já foi. Nem a maioria dos seus irmãos divinos. Na verdade, a criatura celesta que mais se aproxima de si, é aquele a quem mais desprezou por tanto tempo, Lúcifer. Mas recentemente se pegara pensando se ele realmente é o vilão que a Deusa sempre pintou. Que Miguel sempre acreditou que fora. Talvez o próprio Miguel nem saiba mais a procura de que ele está nessas batalhas contra Lúcifer.

— Sr. Lira — disse a doce voz fina de Sabrina que veio da porta atrás de si, enquanto ele absorto em pensamentos, admirava a beleza celeste noturna. — Não poderia ter escolhido um nome mais obvio?

— Gabriel Bezerra Lira, esse é meu nome — disse abrindo os braços para a garota. Seus abraços com ela sempre eram demorados e escaldantes. Mesmo que Gabriel negasse tudo em sua cabeça. Admitia que sentia certa atração por Sabrina — de fato —, mas não seria a primeira vez que se atraíra por uma humana. E sempre sobrepujou esses sentimentos com facilidade, afinal, não há humana que mereça tê-lo.

— Podemos? — disse ela quando se soltaram do aperto. Gabriel lhe deu o braço e caminharam para dentro da entrada, adornado de arcos em tulipas brancas e jasmins. Caminharam até o meio do pátio aberto onde se reuniam as massas corpóreas cor-de-rosa, banhadas a risos falsos, joias e tecidos caros. Exaltando suas supostas qualidades e procurando diminuir as de seus oponentes, que aqui chamam de "meu caro" e "minha cara", "amigo" e "amiga". — Ah, só pode tá de brincadeira...

Sabrina revirou os olhos quando uma bela e elegante mulher loira se aproximou. Trajada em um vestido encrustado em pequeninas joias e detalhes metálicos, a mulher aprochegou desfilando.

Caídos (duologia Trono de Fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora