INTERLÚDIO: A PRIMA-GUERRA - II PARTE

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— Deus me... Ele matou a Mikha'Ela original? — questionou Angelina colocando a mão sobre o peito. Algo ardeu naquele ponto, como se sentisse uma lâmina de fogo atravessá-la.

— Não diretamente, mas ele foi o organizador. Já ouviu o ditado: "Quando o Diabo não vai, ele manda seu serviçal"?

— Acho que vale para Deus também — retrucou ela.

— Vale para todos. Quando Deus retornou ao céu...

Quando Deus retornou ao céu e percebeu que a culpada do corromper de seu primogênito era a comandante dos arcanjos, ele sabia que precisaria dar fim a existência de Mikha'Ela. Ao mesmo tempo, ele sabia que se fosse diretamente, alguma conexão poderia ser transmitida entre consigo e Samael, e assim ele descobriria a verdade.

Existia a possibilidade ainda de Deus ser descoberto pelo arcanjo, uma vez que a inteligência de ambos se equiparava. Então montou seu plano de forma a não interferir diretamente na destruição de Mikha'Ela.

Seu primeiro passo foi requisitar a presença de Sariel. O anjo da justiça há tempos se sentia excluído da luz de seu irmão mais velho e mentor. Lúcifer. Dentre todos os anjos, Sariel era o que mais venerava Samael, ao ponto de adorá-lo mais que ao próprio Pai.

E era aí que Deus sabia que se fazia a moradia da fraqueza do mesmo.

— Pai, pleiteou minha presença? — disse o arcanjo se prostrando fronte ao Trono de Fogo. Deus não estava lá, na verdade, estava além. Atrás do Trono de Fogo ostentavam as grandes portas douradas do quarto de Deus. O Trono, no entanto, servia de catalizador de seu poder. Assim como símbolo de sua presença. Deus descansava após a criação do universo. Os sete dias haviam se passado.

— Fico feliz que tenha vindo de imediato, Sariel. — A toda poderosa voz trovejou pelos corredores e o arcanjo sentiu a pressão que a mera voz Dele causava. Poucos eram os anjos que mesmo já haviam visto o Trono de Fogo em presença. E Sariel sabia ser um dos poucos sortudos que o faria por toda realidade.

— Prostro-me frente a tua vontade. Faça-me corpo a tuas medidas, ó Pai. O que desejas de mim? — disse as palavras que foram criadas apenas para tal momento. Era de dever, todos os anjos que fossem chamados por Yahweh deveriam dizê-las.

— Sariel, meu filho. Preciso que seja meus olhos, meus braços e minha mente — retribuiu o pai com as palavras que sempre dizia a teus servos e filhos.

— Hei de ser, diga-me as palavras e o farei.

— Recentemente meu sono tem sido inquietado por pensamentos perturbadores.

— O que poderia perturbá-lo, Grandíssimo?

— Mikha'Ela, Sariel. Mikha'Ela.

— Nossa líder? O que ela havia de fazer para perturbar tua paz?

Caídos (duologia Trono de Fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora