Ω
Era cruelmente bom. A forma que Lucas a tocava, era infernalmente calorosa. E Angelina adorava. Seus lábios, seus dedos, sua respiração, seu corpo, ela adorou tudo, não conseguia mais se negar a sentir toda aquela cruel atração por ele. Desistiu. Fatalmente atiçada por suas palavras românticas, temeu hora o outra que fosse outro sonho, mas ele garantiu que não era.
Nunca havia feito aquilo. Sexo. Leu, ouviu e assistiu filmes românticos bem picantes, mas nada se comparava.
Nem as histórias das colegas taradas da antiga escola, nem a série Crossfire da Sylvia Day que leu há alguns meses, ou mesmo Instinto Selvagem 2, Ninfomaníaca ou mesmo Os Anjos Exterminadores — que vale dizer, assistiu o mais distante da vista dos pais, de fones e notebook no colo em algumas noites tardias —, nenhum se aproximava do poder que parecia ter em mãos, era como se tivesse a própria morte e a própria vida logo ali, ao alcance dos dedos. Tocável.
Podia sentir cada célula sendo mergulhada em um coquetel de hormônios. Era poderoso demais, sentia que seu corpo iria se romper com todo aquele poder, que a liberaria em uma forma de luz. Ou trevas. Sentia que não existia limites para onde poderia alcançar, como se pudesse viajar galáxia a dentro e conhecer as estrelas de perto e mergulhar no núcleo delas. Ser sugada pela gravidade de um buraco negro e sair intacta para contar ao mundo como foi. Infinito, era a definição perfeita.
Sua respiração estava incontrolável, todo seu corpo implorava por mais ar, e nem todo ar do mundo poderia cumprir seu desejo.
Mas a principal satisfação de Angelina, foi olhar no rosto de Lucas e ver que ele sentia o mesmo. Não, ele sentia bem mais. Era como se aquilo estivesse muito além de tudo que ele poderia imaginar sentir um dia. O rosto de Lucas dizia isso a ela. Suas expressões, a forma que se continha, a abraçava, a beijava. Por um segundo, Angelina sentiu-se mergulhada em um sonho, como se pudesse ver as mesmas asas de luz que viu em seu delirar. As doze, logo ali, acima das costas de Lucas.
Tudo finalizou com ela desmaiando, completamente exausta entre seus braços. E continuou em seus sonhos.
E acabou quando abriu os olhos, sentindo que não havia dormido nada e ainda assim, que foi a melhor noite de sono que tivera em... bem, toda sua vida. Olhou assustada em volta.
Primeiro com medo. Se seus pais a tivessem procurado em seu quarto? E se a vissem sair do quarto em que Lucas estava?
Depois um medo subsequente quando percebeu que estava em seu quarto. Foi tudo um sonho? Ela chegou a tal nível? Mas se foi, ela já estava pronta para sair correndo e se jogar em cima de Lucas. Dizer que acredita nele, que a ama, que o quer mais que tudo. Qualquer coisa para fazer daquele sonho, realidade.
Mas sabia que não foi. O poder da noite anterior ainda perambulava dentro de seu corpo, ainda sentia um leve e doido incômodo pelas coxas e entre as pernas. E agora não sabia como teria coragem de colocar a cara para fora do quarto e dar de frente com Lucas. Pior ainda... E se ele mentiu, se foi embora assim que o sol surgiu no horizonte?
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Caídos (duologia Trono de Fogo)
RomanceMistérios, sussurros do além e pesadelos rondam o colégio São Lucas Leão no centro carioca. Um ponto onde a realidade física e espiritual se convergem e revela mundos diferentes, realidades e criaturas ancestrais; anjos, demônios, vampiros, lobisome...