SESSENTA E NOVE: O PACTO DE LÚCIFER

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LUCAS

Os anjos olharam com calma os primeiros passos de Lúcifer em seu corpo humano, se aproximando de Angelina que parece tão surpresa quanto feliz. E o coração do Diabo volta a bater livre. Sem a dor que ocorria enquanto ainda no Inferno, resolvendo os últimos problemas envolvendo Asmodeus durante esses últimos meses.

Mas o traidor finalmente está preso e Sabrina, com ajuda de Agrat poderá deixar tudo sob controle por hora. Pois é aqui que precisa — e deseja — estar. Os braços de sua amada entrelaçaram seu tronco em um abraço apertado, mas seus olhos estão focados no arcanjo voando acima de todos. O abraço de Angelina dói de leve. Não fisicamente, não... Mas dói. Ao mesmo tempo que é uma lufada fresca poder estar com ela uma vez mais.

— Rafael — diz ao mesmo que levemente tremula as pálpebras em piscadelas frenéticas. — Não contavam com meu retorno prematuro, certo? Pensaram que eu ficaria no Inferno por algum tempo, para resolver os assuntos. Felizmente, estou um passo à frente de qualquer conclusão que cheguem.

— Isso não muda nada! — grita Rafael. — Continuem o ataque! Quem mandou vocês pararem?! Continuem! Eu cuido do Lúcifer.

— Lucas... — murmura Angelina quando o digladio feroz retorna entre os atlantianos e os celestiais. Mas o Diabo apenas sorri. Leve, calmo como sempre. Apesar da farpa dolorida em seu peito.

— Eu vou cuidar disso e já volto, meu amor. — Ele ajeita alguns fios bagunçados sobre o rosto da garota e levanta um voo lento rumo a Netuno que controla um turbilhão de água que atinge alguns celestiais. — Netuno, reúna seu povo. Quando eu dar cabo do Rafael, os demais anjos vão parar. Você não é necessário aqui, seu povo precisa de você lá embaixo.

— Bom te ver de volta, garoto.

— Garoto? Eu sou mais velho que você, criança — retruca em uma risada, subindo ainda mais. Lentamente, calmamente. Estar em um campo de batalha é como visita alguém por quem fora apaixonado há muito tempo, cujas mágoas não amargam o reencontro. Palavras não ditas que adocicam o ar para si.

Acima da camada de confrontos dos atlantianos com os anjos está Rafael. Em suas mãos a espada brilhante que manipula.

— É uma Subjulgadora? Bonitinha — diz Lúcifer apoiando a mão sobre o peito, arrancando-se de suas roupas brancas já esfarrapadas pela saída abrupta de suas asas. Surge então a fumaça negra que emana de seu peito e força a lâmina obscura em sua mão. De peito nu e uma espada na mão, lembra-se das eras de treinos no Céu.

Lúcifer olha os farrapos brancos de roupa caindo e lembra-se de sua armadura negra de ébano que cobre seu corpo real. Sabrina estava certa, preto combina mais consigo que branco. É hora de ser quem preciso ser, decide-se. — Nunca presenciou a Necrotrómo, certo? — indaga ao irmão. — Terá a honra de morrer em seu fio.

Caídos (duologia Trono de Fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora