SESSENTA: INVASÃO

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ASMODEUS

O corpo do ser se desdobra por entre a ceda da roupa de cama enquanto desliza a beira da cama.

Mesmo na cama, no chão ou no sofá ao canto, se espalha o mar de corpos de demônios; fêmeas e machos. Todos em suas formas mais belas e agradáveis a vista.

Asmodeus caminha lentamente até o espelho que ocupa o todo pé-direito do quarto, na parede do fundo. Fixo na parede, refletindo toda a imagem do cômodo. A criatura se olha, como sempre faz. Adora olhar a aparência em que foi criado, em que evoluíra depois da maça de energia negra que fora em seu nascimento.

Sempre se pega capturado pela imagem firme e poderosa de seu corpo. Máscula, da forma mais arcaica de se dizer. Sua imagem facilmente fora adotada à dos vikings. Fortes, grandes, de barba e cabelos longos e caramelados, assim como olhos ferozes.

Asmodeus observa o espelho, vendo também a energia que transborda desse objeto. Um objeto especial. Uma porta para um local diferente.

— Senhor! — diz a voz que adentra o recinto, estridente e arfada. — Ah, ainda bem que está de pé.

— O que deseja Drogg?

— A equipe que o senhor enviou para o Norte, para a prefeitura de Belzebu, retornou. E as coisas acabaram mal, em todos os sentidos.

— Droga... — xinga baixo e apanhou uma túnica qualquer jogada sobre um dos móveis do quarto e segue o serviçal, vestindo-se no caminho.

Os novos quadros já estão nas paredes do corredor que dá a sala, assim como a nova tapeçaria vinda da prefeitura de Azazel — a melhor nesse departamento —, e aquela casa não mais parece a casa que um dia fora de seu pai e de sua mãe.

Já fazem milhares de anos desde que conseguiu capturar Lúcifer com a ajuda do Cadeado e da Chave criados por Azrael, mas nada melhorou. Há algumas dezenas de anos ele enviou um espião a terra, mas ele retornou após ser descoberto por alguma humana que até onde entendeu, parece ter de alguma forma, o poder para ser a Rainha Legítima, e a aprovação das trevas do próprio pai.

Desde então as coisas no Inferno foram por água abaixo. Claro que logo ele descobriu que aquele mesmo demônio estava disseminando informações por todo Sheol, e deu cabo de sua existência logo em seguida. O que não ajudou nenhum pouco, já que a população das cidades só se enfureceu com o ato que julgaram: desmedido e tirânico.

À cada momento a vida se torna mais e mais difícil, mas ele tem um plano de ação que deve começar a surtir efeito em breve. Adentrando na antiga biblioteca de Samael, que agora usa como sala de negócios ele encontrou um dos capitães que havia ordenado o ataque ao norte.

— Kozel, me dê os detalhes da missão — diz ao demônio que nem mais mantem sua aparência "comum".

Desde o início dos tempos os anjos e humanos compartilham imagens parecidas, e quando Samael veio ao Inferno, os demônios que vieram depois fizeram o mesmo e a chamaram "aparência comum". A forma que costumam usar entre si, só se utilizando de suas "formas demoníacas", quando em momentos de fraqueza corporal e espiritual, ou em um combate, para tentar utilizar para construir sua imponência. Os demônios aprenderam a sentir honra e orgulho em suas duas formas. Por dentro e por fora.

Caídos (duologia Trono de Fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora