SESSENTA E SEIS: LUCAS E LÚCIFER

14 3 19
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


SABRINA

O giro carmesim colore a visão de Sabrina como nada mais nesse espaço branco. O vermelho de seu sangue que espirala junto ao giro contorcido de seus membros que voam após decepados pelos golpes ferozes de Belphegor e Azazel.

Seus braços. Uma perna. Apenas uma perna.

Eu consegui! Comemora a garota ao ver os membros voando. Havia visto esse momento há pouco em sua mente, e agora consegue se concentrar o suficiente para realizar o necessário. Um membro, isso é tudo que eu precisava.

Não há como abrir suas asas rápido o suficiente, mas após o giro e ter conseguido o que desejava, Sabrina consegue sacrificar a maioria de seus membros, para sair do outro lado ainda com a possibilidade de chegar a Qliphoth.

Tocando com a sola das sandálias negras de couro quimera, conseguidas com Belzebu, no chão, Sabrina usa toda a força restante e força a ignorar as dores nas extremidades dos membros. Assim como a vista turva e o pavor em seu cérebro ao se aproximar do escuro do que ela sabe ser o fim de sua existência. Então impulsiona-se para frente, cobrindo a área que vai daquele ponto atrás dos dois demônios até a Qliphoth.

Ela adoraria olhar para trás e ver como deveria estar a expressão de seus oponentes, após serem completamente levianos e enganados pelo truque simples da garota. Ela não precisa vencer os dois, então não o faz.

Só preciso do Rei.

Seu corpo se choca contra a árvore de luz prateada, e sente a conexão da Chave. Atravessando para além daquela concha de poder, indo muito mais além. Muito além daquelas dimensões simples e adentrando na confusão mental que é o Tártaro. Mas não com seu corpo, pois Sabrina sente se separar dele assim que mergulha na luz prateada da Qliphoth. Agora, seu corpo jaz do lado de fora enquanto seu espírito atravessa a fenda de energia rumo a escuridão.

O Inferno tortura todos aqueles que se julgam culpados, ou que assim são aquilatados como tal pelos Juízes do Inferno. Mas ao Tártaro seria destinado somente aqueles que fossem de perversidade tão infindável, que nem mesmo os círculos do Inferno lhes garantiriam punição adequada.

Toda via, não houve espírito nesse lugar que Lúcifer desejasse enviar ao sofrimento do Tártaro. O espaço onde o bem e o mal se convergem e tornam-se uma força de opressão existencial tão grandiosa, que "insanidade", seria uma palavra que pouco descreve o espírito que fique dentro do mesmo por muito tempo — se não tiver espírito e mente evoluídas, claro.

E ali está ela. Sabrina não havia sido jogada lá para purgar de pecados, então não era afetada pelo mesmo, mas sente a influência do Tártaro sobre sua mente. Nesse momento, fica feliz por ter evoluído suas percepções a um nível tão profundo, pois quanto mais iluminada uma mente, menos eficaz é o Tártaro. Seu espírito tem ainda a forma de seu corpo, mas brilha em uma intensa luz dourada.

Caídos (duologia Trono de Fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora