VINTE E TRÊS: REVELAÇÕES

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— Como já consegue se mover no Limbo? — Gabriel indagou enquanto saltava do palco e vinha direção a Anja e João que corriam rumo a saída. — Eu entendo que seja você, mas não deveria poder já se mover livremente aqui dentro.

— Não temos tempo pra isso, precisamos ir atrás daqueles dois antes que o pior aconteça — argumentou João. — Dan não vai querer se segurar, e se lembram bem, o Luci nunca foi de recusar uma boa briga.

Anja ainda parece perdida. Perdida em como e por quê alguns ali dentro pareciam estar em um fluxo de tempo diferente e outros não? Antes que pudesse murmurar qualquer uma das perguntas, ela foi arrastada para fora por João.

Eva, Sabrina, Júlia, Gabriel, João e mais um grupo de mais ou menos vinte alunos — além de um ou dois professores — correram para fora junto a eles. E novamente a garota se viu surpresa.

A chuva começara a cair pouco antes de ela chegar no ginásio agora há pouco — para a dança com Lucas — e quase estragou seu penteado, e agora cai ainda mais feroz. Mas por alguma razão, todas as gotas estão como os garotos e garotas do lado de dentro. Lentas ao ponto de quase paradas.

Uma massa de água em gotículas que se espatifam ao toque, mas continuam a flutuar e cair em tão vagarosamente que era quase imperceptível. Milhares e milhares de gotas de água praticamente paradas no ar. Refletindo as luzes externas, e dos holofotes.

Sem conseguir gesticular uma só palavra, Anja foi arrastada pela mão rumo ao campo de futebol ao lado. Mas antes mesmo de chegar, já sentia os tremores no chão, as vibrações intensas e trovões que não vinham do céu, e sim do chão.

O pequeno grupo estacionou sobre o gramado verde e molhado, observando a cena.

Com os lábios cobertos por uma camada de sangue e cabelos encharcados pela chuva, Dayan era erguido pelo pescoço por Lucas que sorria enquanto não parecia fazer força.

— Lucas...

Finalmente alguma coisa saiu dos lábios da garota e ela viu o rosto do menino se curvar a ela, e com esse momento de distração, Dayan escapou dos dedos de Lucas e se arremessou vários metros para trás, repousando de pé e tossindo. Os olhos da menina procuravam algum sentido, o menor deles que fosse, mas sua mente vagava em um capo de peças de quebra-cabeças que não se encaixavam, de fato, pareciam todas de quebra-cabeças diferentes.

— Angelina, não pode se aproximar dele! — Dayan gritou com desespero em sua voz agora estridente, voz que sempre ostentou a maciez de sua calma. — Esse cara é um monstro, Angelina. Demônio, Diabo, Lúcifer, chame como quiser. Mas não pode se aproximar dele.

— Dayan, isso é contra as regras! — gritou Gabriel.

— Não, não é — retrucou Lucas, que diferente de Dan, ostentava paz e segurança inabaláveis. — O jogo acabou e as regras foram pro espaço com ele. Dayan e eu podemos contar toda a verdade.

Caídos (duologia Trono de Fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora