SESSENTA E TRÊS: HOMÚNCULO

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ANA JÚLIA

— Vamos descer aqui! — avisa Dayan se virando aos demais anjos que os seguem. Júlia, agarrada ao mesmo enquanto voam em velocidade pelo vento frio, endireita a face para fitar o lugar lá embaixo.

— Que lugar é esse? — indaga enquanto começam a precipitar.

— Canadá.

— Canadá?

— Você é um papagaio? — indaga Dayan sorrindo. — Aqui tem uma fronteira.

— Para nós?

— Sim. — Os anjos descem junto ao garoto que observa em volta, Júlia sabe o que procuram, em alguns becos dentre lojas há um espaço onde podem assentar sem ser "vistos", ou o mais próximo disso, pelas almas mais iluminadas do local.

— Que lugar é esse?

— Edmonton, Alberta — responde o mesmo. — Você precisa de algumas roupas, para quando formos ao Polo Norte. — Júlia quer parar de tremer e dar razão as suas palavras, mas o frio parece alcançar seus ossos. Mesmo dentro do grosso casaco que usa. — Seu corpo é quase de uma humana comum, talvez um pouco mais preparado, mas ainda não será resistente o suficiente para suportar o frio de lá.

— E sobre a fronteira?

— Musa tem bruxas nessa cidade, criaram uma espécie de barreira mágica para detectar qualquer criatura espiritual que passe daqui. Logo vão nos achar. Ela é precavida.

— Ela vai nos deixar vê-la?

— Vai, quando receber a notícia do que temos para ela; vai sim — diz encaminhando com os demais para fora do beco, chegando à rua pouco movimentada, exceto pelos diferentes modelos de carros. O sol ilumina o céu, mas a temperatura é ridiculamente baixa. O vento que corre nessas ruas parecem navalhas de gelo deslizando pela pele. — Mas vamos passar a noite aqui.

— Por quê?

— É o tempo de as bruxas irem levar a informação e voltar com o consentimento. — O grupo caminha até o outro lado da rua, se aproximando de um grande shopping de paredes brancas e teto de vidro em fórmula de cúpula com um gigante letreiro acima.

— E como pretende que conseguiremos roupas por aqui? Por acaso trouxe algum dinheiro enfiado nos bolsos? Pra não dizer outro lugar.

Diz Ana Júlia.

— Nem um loonie. — Júlia envia-lhe um olhar suspeito e Dayan bafora um fraco sorriso sardônico. — É o apelido da moeda de dólar canadiana.

— E você sabe disso por quê?

— Já vim muito ao Canadá quando precisava chegar até a Musa. Claro que existem outros países com fronteiras a casa da Musa que eu poderia usar, mas entre as opções, eu prefiro o Canadá.

Caídos (duologia Trono de Fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora