Mistérios, sussurros do além e pesadelos rondam o colégio São Lucas Leão no centro carioca. Um ponto onde a realidade física e espiritual se convergem e revela mundos diferentes, realidades e criaturas ancestrais; anjos, demônios, vampiros, lobisome...
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Ω
ANGELINA
Os galhos dos arbustos foram pressionados aos cantos, afastando-se e chamando a atenção de Angelina e Dan que se viraram para fitar a luz do sol repousar em um brilho diferente e excepcional, sobre a pele de Eva que surgiu do meio das pequenas folhas.
Ela...
Angelina se recordou da garota. Já faziam alguns dias desde que não punha os olhos nela. E agora a garota ostentava um cabelo castanho incrivelmente cacheado e brilhante, substituindo o ruivo que possuía antes. Tão irritantemente bonita quanto a primeira vez que Anja a viu.
— Oh — disse Eva aparentemente surpresa por verem eles ali. — O Lucas sabia mesmo onde estavam. Levantem pombinhos, sua amiga já está de pé — disse Eva à Angelina que se levantou de imediato. Ela disse de forma tão simples, mas claro, Eva não sabia de todo drama que Anja passara nessa última meia hora. — Vamos, ela já perguntou por você, garota.
Os três caminharam para fora dali rumo a Serafine. Angelina notou o olhar curioso de Eva em sua direção, enquanto ela só conseguia pensar em como Sabrina deveria estar.
— Acho que não fomos apresentadas. Eu sou a Eva.
— Eu sei... Err... Quer dizer, prazer, Angelina — respondeu. Eva abriu um largo e amistoso sorriso, como se já fossem amigas apenas por esse cumprimento.
— Posso ser sincera sobre algo? — indagou a ruiva-morena, Angelina assentiu, esperando alguma ofensa vilanesca. — Você parece mais confiante e linda do lado do Luci — disse surpreendendo Anja que de imediato olhou para Dayan que apenas deu de ombros. Fingindo que não se importa. — Quer dizer, vocês super combinam.
— Achei que vocês dois...
— Eu e o Luci? — interrompeu como se soubesse como a frase acabaria. — Bem, temos nosso rolo, mas era só sexo. — Angelina engoliu em seco com a simplicidade, ainda que confiante, liberada nas palavras da garota, no entanto, sabia bem que aquelas palavras eram bem diferentes do que disse nas sombras do túnel em arco. A garota se virou, cruzando as mãos atrás da base da coluna. — Eu o amo, da minha forma — falou como se adivinhasse os pensamentos de Angelina que começou a se irritar com essa fácil leitura que Eva fazia dela. — Eu estava presa em um relacionamento abusivo. E o Luci desceu dos céus para me salvar dele. Podemos dizer que foi a maçã que Eva queria — disse em uma piscadela.
Agora ela está se comparando com a personagem bíblica, pensou Anja.
— Se chama aquilo de salvar — disse Dayan em um tom irônico. Anja dirigiu a cabeça de um para o outro. — Trair seu namorado, não foi realmente o que eu chamaria de virtude.
