EPÍLOGO - PARTE 1

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ANGELINA

UMA SEMANA DEPOIS

Angelina caminha por entre as grandes massas. Há pessoas para todos os lados, e a noite devora as ruas lá fora. A música, alta em variações quase aleatórias, mergulha em uma sequência de ondulações nas batidas que deixam os sentidos mais limitados. Em volta há todo tipo de cheiros, de pessoas, de gostos e vidas.

Em volta, apenas desconhecidos, ou quase todos. No bar da boate pela qual entra, metros além de uma pista de dança coberta por corpos em movimentos diferentes e frenéticos. Cada um dançando a sua forma, alguns mais do que dançando, lá espera alguém que sua visão reconhece. Angelina caminha, dando a volta no grupo, calcorreando com cuidado por entre os copos de bebidas alcoólicas de todos os tipos, cores, gostos e odores, balançando nas mãos dos donos.

No canto um casal de rapazes divide uma pastilha que ela bem sabe não ser apenas uma mera pastilha. Do lado deles, duas garotas tragam algo de um aparelho eletrônico que Anja pensa ser algo como um vape, mas não tem certeza, pois não conhece os diferentes modelos desses aparatos. Lucas... não, Lúcifer, enquanto ainda ocupava o corpo de Lucas, dizia que existem dois tipos de pessoas no mundo: "Existem pessoas legais no mundo, Angelina, de todo tipo, com humores, cores, com sexualidades e gêneros auto-atribuídos distintos. Todos têm sua forma de ser ou parecer legal".

Foi o que lhe dissera naqueles dois dias de tranquilidade, logo após contar a menina todas as verdades do universo. Enquanto ainda eram apenas Lucas e Micaela. Mas talvez nunca tenham sido, talvez fosse apenas em sua cabeça. Sempre foi Lúcifer e a ideia de Mikha'Ela, ou de Agrat Bat-Malat, e quando se cansou delas, atribuiu sua nova... musa a Sabrina.

"E as pessoas que não são legais? Para você, elas existem?", indagou a ele, sob as estrelas. "Sim". Ele dissera. "São as pessoas que usam vape".

Depois soltou uma gloriosa gargalhada, quase cruel. Eles riram naquela noite, fizeram amor naquela noite, contaram segredos, foram felizes. Agora... não há mais um agora, não ao lado de Lúcifer. Ele foi para o Céu, ter seu encontro com a Lilith, levando Sabrina e o filho deles consigo. Já fazem vários dias terrestres, o que significa que fazem, no mínimo, centenas de anos no Céu. Angelina não está certa do tempo lá, nem deseja estar certa sobre isso. Não lhe interessa em nada.

Nas noites, nas mais obscuras, ela decidiu sair sozinha. Sair pela noite.

É difícil ficar naquela casa, lembrar-se dele todo o tempo. E não consegue mais nem ficar com Eva. Toda vez que a olha, se lembra do que nunca deveria ter começado, e quando a toca, sente raiva de si mesma; então vem a dor e a tristeza. Eva lamentou, nos dois primeiros dias, mas parece que ela e Karoll estão tendo bons tempos juntas, Anja só não sabe até onde esses "bons tempos" chegam.

Foi também na segunda noite que Angelina encontrou algo interessante, e esse algo é quem a espera no bar da boate.

— Bart! — Ela precisa chegar a quase gritar, por conta da música alta, mesmo ao lado dele. O rapaz gira um canudo de cor ciano dentro de uma bebida vermelha, mas distancia-se dos devaneios para olhá-la. Seu sorriso acende em um elegância, mas cheio de "boas vibrações", como ele próprio já diz.

Caídos (duologia Trono de Fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora