INTERLÚDIO: A PRIMA-GUERRA - IV PARTE

15 5 18
                                    

Ω

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


O Arcanjo Daniel, assim como vários de seus irmãos serafins interpunham em seu caminho à mando do Pai. Ordens que não recusariam a responder de forma violenta, para manter Samael ou qualquer outro ali fora.

— Desculpe-nos, Luci, mas foram nossas ordens. Você deve-se retirar, ou digladiaremos — avisou Daniel.

— Eu entendo... — disse o Portador da Luz. Ele piscou e seus olhos se acenderam como o sol, se tornando dourados como a íris de um celestial nunca fora. Abriu suas asas. As doze. As plumas cintilaram a luz prateada e azulada que as cobriam, fazendo os filamentos correntes de luz difíceis de se olhar diretamente de tão gloriosos. — Ajoelhem-se!

E assim como ordenado, eles o fizeram. Não era da vontade deles, mas não havia o que fazer. Daniel caiu de joelhos, surpreso. Ele não sabia que alguém além do Pai conseguiria reder os anjos com tamanha facilidade.

Mas a rendição de Lúcifer não era como a do Altíssimo. Havia trevas em seu olhar e corredeiras negras em suas asas.

Samael caminhou por entre os anjos ajoelhados e tocou a porta com a ponta dos dedos, jogando-as para trás. Fazendo abrir e soprar um poderoso e quente vento que tracejou o salão dourado. O chão que ornava-se com gravuras em baixo e alto relevo de todos os anjos, agora era uma triste lembrança para Samael, uma vez que ali via sua amada. Cravada na eternidade, mas não mais em sua realidade.

— Pai! — vociferou o Arcanjo da Luz. — Responda-me, AGORA!!!

A voz rugida do anjo fez estremecer todo o monte da assembleia. As trevas em seu peito só cresciam, aumentando seu poder, sua raiva.

— Filho... — respondeu Deus em voz quente, calma.

— Sabe o que me fez chegar até aqui. Então, por quê?

— As trevas em seu peito estavam crescendo, meu filho. Ainda crescem. — O Trono de Fogo incendiava chama dourada que refletia nas asas do anjo. — Luxúria, ira, ganância, orgulho... Você estava se tornando pecaminoso. Seu desejo pelo meu trono foi notado, mesmo entre seus irmãos anjos.

— Desejo pelo seu trono?

— Fui avisado de suas vontades. Alertaram-me de seu desejo de se sentar no Trono de Fogo e comandar o céu. Nega isso? Antes que responda, lembre-se de que não há como mentir pra mim.

— E você lembre-se de que eu jamais minto! — gritou de volta, irritado pela forma que seu Pai lhe dirigira. Ele deveria saber que Samael jamais mentiria, afinal, ele o fez. Viu quando o mesmo fez esse voto. — E de fato, eu quero o que é meu por direito meu Pai. Não seu trono, mas o meu. Quero me sentar à sua direita e ser o porta-voz de tua vontade, juntos podemos aumentar a glória no Céu e na Terra.

— Isso não é possível, Samael. Sabe que ninguém se compara a mim, não há trono ao lado do meu, não há existência como a minha. Um dia seremos um, e então entenderá.

Caídos (duologia Trono de Fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora