SETENTA E SEIS: UM CASAL FAMINTO

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LÚCIFER

Dormindo ela é bem distinta de qualquer uma de suas facetas demonstradas enquanto desperta. Com seus olhos fechados, cerrados nos longos cílios negros que acompanham a curvatura sinuosa de suas pálpebras, Sabrina repousa em profundo sono.

E dormindo ela seria confundida facilmente com uma figura angelical. Seus cabelos se tornaram mais longos nesses 3 mil anos, antes de Lúcifer voltar ao inferno, alcançando as panturrilhas. E esses longos fios dourados se espalham sobre a cama e em volta de si quando se soltam da fita de cetim que os amarra para dormir. O Diabo remove alguns de sua face rosada.

Sabrina não é mais tão bronzeada quanto fora um dia, em vez disso, sua pele agora assume um tom que mescla pérola com tonalidades rosadas únicas. Principalmente sobre a curvatura de suas bochechas super redondas. Sua face ainda é tão infantil, toda via, tão diferente do que fora um dia. Ela não é mais a garotinha que Lúcifer conheceu, em vez disso, evoluiu para uma mulher que ainda distinta, assemelha-se em muito àquela figura com quem o Diabo conviveu.

Mesmo enquanto apaixonado por Angelina, Lúcifer resguardou certos sentimentos por aquela garota, um pecado para o sentimento que ele julgava ser único para Angelina, de fato, mas não se arrepende nenhum pouco, nesse momento. Contudo, hoje ela, decerto, não é a mesma, e por tanto seus sentimentos também não podem ser. Ele não sabe bem o que sente por ela, mas há algo definitivamente vívido e quente que agarra-se a seu peito e lateja sempre que olha-a como olha agora.

Seu polegar desce da curvatura acentuada do nariz da Sabrina, uma ponte curva rosada, empinado, e repousa sobre seus lábios cheios e bem torneados.

Lúcifer quer muito parar o que está fazendo, se levantar e se preparar para o novo dia, mas seus olhos estão presos a face inocente da bela adormecida. Então continua a descer seus dedos por seu rosto, contornando seu queixo fino, delicado e cobrindo as veredas suaves de seu pescoço longo e esguio. Acariciando sua clavícula ele vê a pele da garota responder, arrepiando-se sobre o compasso lento do deslizar do dedo, assim como as sobrancelhas da mulher que pressionam levemente a glabela, e ele acaba por sorrir.

Sua respiração se intensifica antes que prossiga com os dedos sobre sua pele, parando no enviesar das bordas do robe azul que Sabrina acabou adormecendo por dentro. Seria demais continuar? Ele não sabe bem o que pretende, destemendo as curvas de Sabrina, e teme que caso ela acorde, não possa suprir o mesmo sentimento que sempre vê nos olhos dourados da garota.

Corta-lhe tanto o coração quando a ver clamar por sua atenção ou sentimentos enquanto oferece tudo que tem para felicidade dele. E Luci adoraria retribuir — mesmo que minimamente —, as atitudes da loira, mas seu coração ainda teme, inda sangra. Há poucos dias ele decidiu não resistir tanto aos avanços dela, mas não faz a mínima ideia de como fazer isso. E tudo que conseguiu oferecê-la é foi sorriso carinhoso e um abraço momentâneo. Além dessas noites de sono que dormira lado a lada. Apenas dormiram.

Caídos (duologia Trono de Fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora