TRINTA: DO JEITO QUE O DIABO GOSTA

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ANGELINA

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ANGELINA

Os braços de Angelina entrelaçaram no calor do abraço devolvido por seus pais. Eva havia resgatado as memórias dos mesmos há pouco, e tudo parece um grande reencontro para a garota que vive nessa nova realidade, e que de alguma forma, é bem mais aceitável que o mundo como ele fora até hoje.

O fim do abraço veio como toque final no sorriso de Eduardo. O irmão de anja que observa de um canto da casa. Pelo que Anja entendeu, ele é de uma classe de anjos chamada elohin, e foi enviado para essa vida depois de trair o Céu e começar a servir Lucas. Só para ficar de olho nas coisas, mas sem interferir, até por quê — pelo que seu amado dissera — essa classe de anjo é extremamente fraca e praticamente inúteis em combate direto.

— Mãe, pai — disse a garota ao fim do aperto abrasador do abraço. — O Lucas me disse as opções, e eu queria que continuassem aqui.

— Nos tornarmos servos? — indagou sua mãe.

— Não seria um problema — disse seu pai. — Mas a verdade é que estamos cansados, há muito tempo. Anja. Não de sermos seus pais, faríamos de novo e de novo pela eternidade se possível, mas reencarnar tantas vezes...

— Para meros humanos feito nós, as memórias e os sentimentos se tornam cada vez mais embaçados e longínquos — continuou a mulher. — Se pudermos querida, preferiríamos o descanso.

Anja recuou, atingida pela lança dolorida da saudade que ainda nem se fazia presente, mas já pairava o peito da garota. Mas ela podia ver, em suas expressões e em suas auras o quão exaustos estavam.

— Tem certeza? — indagou a jovem ao casal que assentiu.

— Nós sempre lembraremos de você, Anja. E está com o Lucas, significa que pode nos visitar quando bem querer. Fomos seus vigias, durante todo esse tempo, como se estivesse crescendo aos poucos, mas nosso papel acabou aqui — falou seu pai, visivelmente emocionado.

— Não digam isso... Eu sempre vou precisar de vocês.

— E nós de você, querida — retrucou sua mãe. — Mas chega o dia em que os filhos devem seguir seu próprio caminho, e se ficássemos por aqui, poderíamos sempre ser algo a poder sermos usados contra você. Então é melhor que seja assim.

— Eu vou visitar vocês... — disse Anja com as lágrimas que agora decoram suas bochechas, despencando em cascata. Um novo abraço, esse mais apertado, ao mesmo que frio. — Não se esqueçam de mim.

— E como poderíamos? — O casal indagou em uníssono.

O fim do abraço veio com a aproximação do irmão da menina que tocou sobre o ombro de ambos.

— Eu os levo. Afinal, de uma forma ou de outra, também são meus pais. — O sorriso fácil de seu irmão tomou o rosto bronzeado do garoto. — Até maninha, e toma cuidado. Eu não posso ajudar nessa sua jornada, mas sempre vou estar te observando a distância.

Caídos (duologia Trono de Fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora