VINTE E SEIS: ANGEL

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ANGELINA

— Lucas... — murmurou a garota enquanto voltava de seus pensamentos. Sendo prensada pelos braços de Dayan que até há pouco dizia alguns pares de palavras que ela não se interessava.

Angelina recorda o sonho e a realidade que navegam por dentro de seu crânio, a fazendo viver momentos passados. Sonhos e momentos que ela nem mais sabe se são sonhos e momentos. Ou só sonhos, ou só momentos.

Trinta minutos atrás ela era uma adolescente dançando no meio de um salão, recebendo confissões do garoto que ama. E agora tem pessoas de olhos brilhantes, em azul, outros verdes, outros vermelhos. Luzes e poderes, azas e tempo. Uma realidade nova se chocou contra sua face, e ela ainda não sabe se acredita que isso é mais que um sonho.

E em meio a tudo isso — sonho ou não — ouviu da boca de Lucas que ela não passa de um objeto para ela. E fere, fere tanto que ela acredita que seja verdade. Que tudo isso esteja de fato, acontecendo.

E então os sonhos, e os momentos.

Sua mente navega para uma dança, o primeiro dos momentos que não sabe se sonha, ou se realizou. Se recorda das asas, das doze asas prateadas de Lucas e do salão de prata onde dançavam. Da doce música que ocupava o lugar.

Suas asas douradas mesclavam ao colorir argênteo das asas de Lucas e criavam correntes de luz ascendentes. Estava em um longo vestido negro — como o que usa agora —, e ele em um encantador terno branco — como o que usava há pouco, antes de a parte superior ser destruída pelo surgimento das azas.

E outra dança veio em mais um sonho-momento.

No pub em que foi na escapada com Lucas na madrugada. A fina música do musicista medíocre, mas que agradava aos ouvidos pela suavidade. Tudo parece sonho, tudo parece real, e o melhor desses dois mundos se torna as imagens da pessoa que ela sempre creu que Lucas fora. Mas que ele desmente em tais palavras que a jugam como um objeto descartável. Uma fonte de poder; como ele mesmo disse.

Mas Lucas não mente. Pensou. Como poderia estar mentindo todo esse tempo, e ainda assim me dizer a verdade agora? Ou ele mentiu antes, ou está mentindo agora. Ou estava mentindo em ambos... ou dizendo a verdade em ambos.

— Faz o Dayan me soltar. Agora. — Ela voltou a dizer ainda submersa nos pensamentos.

— Não é um problema — retrucou o Diabo em meio a surpresa de Dayan. — Solte-a e ajoelhe-se. — As palavras de Lucas se fizeram reais assim que as disse. Angelina sobressaltou com a força da pancada que o rosto de Dayan deu contra o chão, ao se ajoelhar. — Você não é mais protegido pelo Trono, Dayan. Significa que nada me impede de te comandar com uma única palavra minha — explicou as palavras que Angelina não sabia o significado.

Caídos (duologia Trono de Fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora