SESSENTA E CINCO: MÉNAGE À TROIS

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SABRINA

O público está em silêncio, não há uma voz sequer que parece se exaltar perante a vista acima do pequeno palanque montado no centro da cidade. A garota de forma tão humana como a deles, e de aura ainda mais humana. Sabrina sabe bem ser a imagem que nunca esperariam ali.

— Isso mesmo, vim devolver seu Rei. — Ela volta a dizer. — E derrubar este que se diz o novo comandante do Inferno e assim trai o próprio pai.

— Do que ela está falando? — questiona a plateia em burburinhos.

Sabrina sorri para Asmodeus e se volta ao público, e tão rápido quanto pode, fez estender acima de sua cabeça, suas asas negras. Faz os chifres e a auréola negra surgir sobre seu cabeço. Íris vermelhas e olhos negros. A mesma cor que tomava a ponta dourada de seus cabelos, deixando os fios escuros até a metade uma vez mais, não só as pontas.

E o silêncio é quebrado pelos sussurros e gritos de surpresa. Pelas risadas e até choros de fé de um povo que há tempos sonha em novamente ter sua Rainha. Há tempos lembram que os momentos de glória vieram quando o Rei tinha sua Senhora, e finalmente esse tempo pode estar retornando; assim sua fé se reinstaura no coração, acalenta o espírito.

— É disso que estou falando — anuncia Sabrina. — Eu fui escolhida para ser a nova Rainha. Como podem bem sentir e ver. E como tal, acuso Asmodeus de traição contra a Coroa Infernal.

— Não seja tola! — contra-ataca Asmodeus. — Se Lúcifer te escolheu, onde está ele? Traga-o aqui e faça-o dizer por ele próprio.

— E eu sou a tola... — Sabrina bafora uma risada. — Eu passei os últimos meses tratando com cada Príncipe do Inferno, em cada estado controlado por eles. E não havia uma cidade sequer onde os boatos que eu implantei, não houvessem se espalhado. Não é diferente na capital. Lúcifer está no Tártaro, e todos já sabem disso.

— Todos também sabem que é impossível para qualquer um que não seja o próprio Lúcifer prender alguém no Tártaro — argumenta Asmodeus. — Não vou perder meu tempo dialogando com algum demônio traiçoeiro que ficou tempo demais na terra e se esqueceu de seus deveres e compromissos para com o bem na nação de Sheol. Prendam-na!

Ordena há alguns demônios trajados em armaduras, e os mesmos engolem em seco antes de fazerem qualquer movimento. Combinados, eles podem ter mais técnica e até conseguir prendê-la, de fato, mas não quer dizer que não estão em completa submissão de glória para com o exalar de luz e trevas advindo de sua energia. O que fez a loira sorrir.

— Eles sentem o poder fluir através de mim. Mas se quer me ferrar, então te darei a chance — diz Sabrina abrindo os braços e escondendo sua transformação. — Eu desejo um julgamento pelas leis infernais. E antes que diga algo, opto pelo "Julgamento pela Espada".

Caídos (duologia Trono de Fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora