Capítulo 65

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Fernando*

Estamos no consultório do médico e ele diz que a Maiara pode estar grávida, ou ela transou com alguém enquanto estávamos separados ou ela já estava grávida e escondeu isso de mim, o que não pode ser pois eu vi o teste e deu negativo.
Ela disse pra ele que sua menstruação está atrasada a três meses e eu estou com muita raiva, por que ela não me disse nada, independente de estarmos separados, se eu sou o pai eu deveria saber. O médico disse pra ela ir fazer um exame de sangue pra confirmar e então saímos da sala, no caminho ela tentou falar comigo mas eu estava com muita raiva que não quis conversar, entrei com ela no laboratório pra colher o sangue e depois fomos pra recepção aguardar o resultado.
Vejo ela sair de perto de mim e falar no telefone com alguém, percebo que está chorando e minha vontade é de ir lá e abraçá-la mas a minha raiva fala mais alto.
Vejo que ela está assustada pois sei que ela não queria ter filhos agora, será que foi por isso que ela não me contou? Será que ela estava pensando em tirar, é o único motivo pra ela não querer que eu soubesse e também por não querer vir ao hospital hoje, pois ela sabia que se viessemos eu iria descobrir.
O moço do laboratório chamou ela e entregou o exame, sem falar comigo ela foi pra sala do médico e eu a segui, entramos e ela entregou o exame pra ele, ele olhou o resultado e sim, ela estava grávida.
Quando ouço o resultado meu coração se acelera, ela me olha e a única coisa que consigo fazer é me levantar e sair da sala, vou andando pelos corredores até chegar na saída do hospital, me sento em um dos bancos que tinha ali fora e deixo as lágrimas caírem, ela está grávida, eu vou ser pai.

Fico ali por mais alguns minutos até sentir a necessidade de ir falar com ela, eu precisava saber o motivo dela ter escondido a gravidez por todo esse tempo independente se o filho é meu ou não, corro pra dentro do hospital e vou até a sala que estávamos mas não a vejo lá, ando pelos corredores a procura dela e não a encontro, volto lá pra fora e também não a vejo, será que ela foi embora?

Com certeza ela ficou brava com a minha atitude e foi embora sem falar comigo, quem deveria estar bravo sou eu que fui enganado, entro no carro e vou até sua casa, toco a campainha várias vezes e ela não abre a porta, ligo em seu celular e nada dela me atender, decido então ficar aqui esperando ela voltar, a gente precisa conversar.

Duas horas se passaram desde que estou ali até que vejo um táxi parar e ela descer, me levanto pois estava sentado na porta e espero ela se aproximar.

Eu: Onde você tava? - Vejo seu rosto vermelho e inchado de tanto chorar.

Mai: Não interessa. - Ela diz de forma grossa e passa por mim entrando na sua casa.

Eu: Interessa sim. - Vou atrás dela e a vejo sentada no sofá. - Eu fiquei que nem um idiota te esperando lá no hospital e você foi embora sem falar comigo.

Mai: Deixa de ser mentiroso, eu estava conversando com o médico e depois fui fazer um ultrassom e quando fui atrás de você, você já tinha ido embora.

Eu: Você fez o ultrassom?

Mai: Fiz. - Diz chorando.

Eu: Por que você escondeu isso de mim Maiara, aliás esse filho é meu? - Pergunto e vejo ela me olhar incrédula.

Mai: Tá brincando comigo?

Eu: Não, eu preciso saber afinal ficamos separados por quase três meses e aí você aparece grávida, tô perguntando por que aquele dia que você fez o teste eu vi um negativo.

Mai: Vai se ferrar Fernando, tá pensando que eu sou você, que na primeira oportunidade vou me jogando pros braços de outro.

Eu: Não vem botar a Mônica no meio que a questão aqui não é essa Maiara.

Mai: É claro que o filho é seu Fernando, eu não transei com ninguém depois que a gente se separou, e aquele exame provavelmente deu errado.

Eu: Sua menstruação atrasou por três meses, vai me dizer que não desconfiou de nada?

Mai: Desconfiei só não queria acreditar.

Eu: Agora eu tô entendendo, você não queria esse filho né.

Mai: Eu não queria acreditar pois esse era um sonho seu e não meu, e eu não queria viver isso se você não estava comigo.

Eu: Mas isso não justifica, você deveria ter contado, e você vai fazer o que, vai tirar? Afinal esse não é seu sonho né.

Mai: Você acha que eu teria coragem de fazer isso? Eu não sou nenhum monstro Fernando.

Eu: Não sei, você já escondeu esse filho por três meses, sinceramente não sei.

Decido encerrar o assunto e vou fazer algo pra gente comer, minha vontade era de ir pra casa pois eu precisava pensar em tudo isso mas eu prometi que não deixaria ela sozinha, então vou ficar.

Fiz o almoço e comi sozinho, também nem fiz questão de chamar, a tarde se passou e ela não saiu do quarto, quando anoiteceu eu fui pro quarto e tomei um banho, ela estava deitada toda encolhida, provavelmente pegou no sono e como o ar condicionado estava ligado e ela não se cobriu estava sentindo frio. Coloco o cobertor por cima dela e me deito ao seu lado, fico olhando pra ela por um bom tempo, fico imaginando ela com a barriguinha já grandinha, com as mudanças de humor por conta dos hormônios da gravidez, os desejos, vai ficar tão linda grávida. Talvez eu tenha pegado pesado com as palavras, se ela não quisesse a criança ela nem teria aceitado fazer o ultrassom, e ainda fez sozinha, eu deveria ter ficado lá com ela, saber se o nosso filho está bem, ver ele pela primeira vez.

Deixa eu te amar? ( Finalizada )Onde histórias criam vida. Descubra agora