Capítulo 37

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Maiara*

Uma semana havia se passado e eu não tinha notícias do Fernando, ainda não consigo acreditar que ele foi capaz de fazer isso comigo, ele dizia me amar.
Hoje acordei me sentindo mal, estava com o corpo cansado e meio resfriada, tomei um banho e desci pra tomar café, Maraisa já estava na cozinha terminando o café, ela tem sido minha âncora nesses últimos dias, não me deixa ficar mal.

Eu: Bom dia irmã.

Mara: Bom dia, tá tudo bem? Tô te achando meio abatida.

Eu: Acordei meio indisposta hoje, deve ser um resfriado.

Mara: Senta aí que eu vou te servir.

Eu: Obrigada.

Ela me serviu com café e leite e duas torradas, comecei a comer mas não estava sentindo o gosto de nada, fui beber o leite e também não senti o gosto.

Eu: Irmã você não colocou açúcar no café?

Mara: Coloquei, por que?

Eu: Não tô sentindo o gosto. - Começo a me preocupar, sei quais são esses sintomas e prefiro acreditar que não seja isso.

Mara: Camla aí.

Vejo ela sair da cozinha e voltar com um perfume na mão, ela dá duas burrifadas no meu braço e pede pra eu cheirar.

Eu: Não tô sentindo nada. - Automaticamente meus olhos se enchem de lágrimas.

Mara: Calma não precisa chorar, vamos pro hospital.

Eu: Eu tô com medo.

Mara: Não precisa ter medo, eu tô aqui com você, vamos.

Saio da cozinha e vou pro meu quarto ainda chorando, troco de roupa e pego meus documentos, volto pra sala e Maraisa já está me esperando.

Mara: Coloca a sua máscara.

Eu: Você não pode ir comigo, e se eu realmente estiver com o vírus.

Mara: Nem que eu tenha que pegar também mas eu não vou te deixar sozinha.

Eu: Obrigada.

Mara: De nada, agora para de chorar, tá tudo bem.

Saímos de casa e entramos no carro, Maraisa dirigiu até o hospital e a todo momento eu pensava no Fernando, será que ele tá bem? Será que está infectado também.
Chegamos no hospital e Maraisa foi na recepção, logo um enfermeiro vem e pede pra eu o acompanhar.

Eu: Irmã liga pro Fernando, vê se ele tá bem!

Mara: Tá bom, fica calma tá, vai ficar tudo bem.

Acompanho o enfermeiro que me leva até uma sala isolada, ele me pede pra sentar e aguardar e alguns minutos depois ele volta e diz que precisa colher meu sangue, feito isso ele sai novamente da sala e me deixa ali sozinha novamente.
Eu odeio hospital, o ar é tão triste, e isso me  deixa mais apavorada ainda, vejo quando ele volta com o meu resultado nas mãos.

Xx: Senhorita seu resultado deu positivo.

Eu: Não acredito.

Xx: O que você está sentindo?

Eu: Hoje eu acordei meio indisposta, resfriada e quando fui tomar café não senti o gosto de nada e nem cheiro.

Xx: Teve falta de ar?

Eu: Não.

Xx: Tosse ou algo do tipo?

Eu: Não.

Xx: Pelo visto descobrimos ainda no início, isso vai durar por umas duas semanas então a senhorita deve ficar isolada na sua casa, sem sair e sem visitas, você vai ter uma tosse muito forte e provavelmente falta de ar também, se a situação piorar é só voltar que iremos te entubar.

Eu: Eu não vou precisar ficar aqui?

Xx: Por sorte não.

Eu: Posso ir então?

Xx: Sim e se cuida tá, daqui a uns 15 dias você volta.

Eu: Tá bom, muito obrigado.

Saio da sala e volto pra recepção, Maraisa estava me esperando aflita e eu lhe mostrei  o resultado do teste, ela queria me abraçar pra me confortar mas eu disse que não podia.

Mara: Vai ficar tudo bem irmã, eu vou cuidar de você.

Eu: Você não pode ficar comigo, vai lá pro Wendell.

Mara: Não vou te deixar sozinha, além do mais eu não posso, estive próxima a você então posso passar pra ele.

Eu: Me desculpa. - Choro novamente, eu estava assustada.

Mara: Não precisa se desculpar, vai ficar tudo bem.

Eu: Você ligou pro Fernando?

Mara: Liguei, ele tá bem.

Eu: Menos mal.

Mara: Ele queria vir até o hospital, eu convenci ela a não ir.

Eu: Tô com saudade dele.

Mara: Depois vocês se acertam.

Eu: Não tem o que acertar, ele me traiu.

Chegamos em casa e nós duas fomos tomar banho, Maraisa me aconselhou a ficar quietinha no quarto e foi o que eu fiz, depois do banho eu comi uma sopa que ela fez e me deitei, estava com o corpo cansado então logo adormeci.

Fernando*

Já faz uma semana que eu não a vejo, uma semana que eu não falo com ela, não sei como ela está, não sei o que está fazendo, eu me arrependo tanto da burrada que eu fiz.
Eu estava na cozinha fazendo um café quando ouço meu celular tocar e vejo que era a Maraisa, rapidamente eu atendo.

Mara: Oi Fer, tudo bem?

Eu: Oi Mara, vou indo e você?

Mara: Tô bem, quem não está é a Maiara. - Ela diz chorando e eu me desespero.

Eu: O que foi, o que aconteceu com ela.

Mara: Ela acordou meio indisposta hoje aí quando fomos tomar café ela não sentia o gosto de nada e nem o cheiro.

Eu: Não acredito nisso, cadê ela.

Mara: Estamos no hospital, ela está lá dentro fazendo um exame.

Eu: Em que hospital vocês estão, eu vou aí.

Mara: Você não pode vir, é perigoso se contaminar também.

Eu: Eu não ligo, só quero estar aí pra cuidar dela.

Mara: Não seja teimoso Fernando, assim que ela sair e a gente tiver o resultado eu falo com você.

Eu: Tá bom, cuida dela tá.

Mara: Tá bom, se cuida também.

Não posso acreditar, tomara que seja só um engano, não vou me perdoar se ela estiver doente, a culpa foi minha, eu a convenci a ir pra festa comigo, eu só faço burrada.

Deixa eu te amar? ( Finalizada )Onde histórias criam vida. Descubra agora