Deixa eu te amar? ( Finalizada )

Capítulo 11

Maiara*

A música que o Fer cantou é tão linda, parecia ser uma indireta pra mim, parece até que ele sabe de alguma coisa que eu não sei, após terminar de cantar ele voltou pra mesa e  não olhou em meus olhos, Gustavo disse que precisava ir pra casa e me chamou pra ir junto, eu me levantei, me despedi de todos e mesmo assim ele nem me olhou, sai do bar e fui até o carro com o Gustavo, meu coração estava apertado, eu não sabia o que fazer.

Eu: Me leva pra minha casa.

Gustavo: Por que? Não quer dormir comigo?

Eu: Pra você me deixar dormindo de novo e sair pra beber?

Gustavo: Do que você tá falando?

Eu: Você sabe do que eu tô falando.

Gustavo: Eu não sai pra beber, eu tinha coisas pra resolver.

Eu: Para de mentir Gustavo, pelo menos uma vez na sua vida fala a verdade.

Gustavo: Tá bom então você quer saber a verdade? Eu fui pro bar sim, deixei você em casa depois de me saciar com você, mas eu não estava satisfeito por que a minha mulher se importa mais com o trabalho e nunca tem tempo pra mim, eu te trai aquele dia e muitos outros.

Eu: Qual é o seu problema?

Gustavo: O problema é você, você não é o suficiente Maiara, eu já não te amo mais.

Eu: Não sou suficiente? E está comigo esse tempo todo por que então?

Gustavo: Sei lá, só pra não me sentir sozinho.

Eu: Para o carro. - Ele faz o que eu mando.

Gustavo: O que é?

Eu: Você é um ser humano horrível, eu sinto vergonha de mim por ter me apaixonado por você. - Eu chorava tanto.

Gustavo: Ah da um tempo, vai lá chorar pro seu amigo.

Eu saí do carro dele e não fazia ideia de onde estava, fui andando pelas ruas com a minha visão toda embaçada, meus olhos estavam encharcados e as lágrimas não paravam de cair, eu estou me sentindo um lixo, me sentindo usada.

Andei por mais meia hora até achar um táxi e pedir pra ele me levar pra casa, assim que cheguei fui direto pro meu quarto, nem vi se a Maraisa já tinha chegado, eu só queria deitar na minha cama e me esquecer que esse dia existiu. Como eu pude ser tão idiota, como me deitei levar por um relacionamento tão desgastante assim? Como ele pode fazer isso comigo e me falar todas aquelas coisas.
Acordei no dia seguinte e minha cabeça estava explodindo, não estava nem um pouco afim de sair do meu quarto, de olhar pro Fernando, na verdade eu não quero olhar pra ninguém, estou sentindo vergonha de mim mesma.
Passei metade da manhã na minha cama até ver a Maraisa entrar no meu quarto e vir até mim.

Mara: Pensei que você tivesse mais consideração, mas pelo visto o merda do seu namorado é mais importante pra você do que a sua própria irmã. Custava ter me trazido ontem e me deixado aqui pra depois ir sei lá pra onde com ele? Tudo isso era pressa pra transar? Se valoriza Maiara, esse cara não presta, ele só usa você.

Eu Não tive forças pra responder, só continuei chorando até que ela saiu do meu quarto, minutos depois vejo meu pai entrar e se deitar ao meu lado.

Seu César: O que foi minha princesinha?

Eu: Eu sou um lixo pai. - Digo em meio aos soluços.

Seu César: Não fala isso meu amor, você é o meu orgulho. - Continuei chorando. - O papai precisa te contar uma coisa mas não consigo com você chorando assim.

Eu: Pode falar.

Seu Cesar: Consegui uma transferência pra outra cidade, já faz uns dias que eu tinha que te contar mas nunca te achava em casa, era pro mês que vem mas adiantaram a mudança.

Eu: E quando você vai?

Seu César: Hoje a noite.

Eu: Por favor não vai pai?

Eu Me joguei em seus braços e chorei mais ainda, sei que minha mãe vai junto e se ela vai meus irmãos também vão, eu não vou conseguir ficar aqui sozinha.

Seu César: O papai precisa desse emprego filha.

Eu: Tudo bem. - Digo me levantando.

Seu César: Onde você vai.

Eu: Pro trabalho.

Seu César: Filha você não tá bem.

Eu: Tô sim pai.

Fui tomar um banho e me olhei no espelho, meu rosto estava bem inchado mas não me importei, depois de pronta peguei as minhas coisas e chamei um táxi, por sorte eu só tinha clientes na parte da tarde então não seria tão problema assim chegar atrasada.