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HELLOOO!

Não, eu não esqueci de vocês. Apenas fiz 927492739237 coisas aleatórias que tomaram meu tempo porque minha rotina está a coisa mais fora do controle possível.

Mas aqui estamos nós e espero que estejam bem porque acho que também estou nesse momento.

Boa leitura!

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As coisas não eram fáceis, mas isso não queria dizer que eu estava infeliz. Pelo contrário.

Minha vida virou um mundo de sons a medida em que meu pequeno bolinho crescia.

As coisas eram surpreendentes. Por exemplo, me enganei quando pensei que ela dormiria a noite toda rapidamente, porque com o tempo ela pareceu de certa forma desistir dessa coisa de dormir para tagarelar com seus sonzinhos de bebê.

O sono da tarde ainda era pontual, mas ela obviamente precisava recarregar a bateria para se manter como a metralhadora de sílabas que estava se aperfeiçoando em ser.

Ela falava e falava e falava incansavelmente, tentando conversar mesmo enquanto era alimentada, o que era um tanto cansativo porque tinha que ficar parando e falando para ela apenas mamar ou engasgaria, então eu ficava um tanto frustrada porque, sério, ela não entendia nada do que eu falava.

Não que eu realmente esperasse que entendesse, mas ainda era frustrante. Como me comunicar com uma serzinho que precisa aprender as coisas, mas não entende as coisas básicas para aprender?

As profissionais que nos cercavam costumavam rir porque ela era tão conversadeira e risonha, mas eu sempre ficava morrendo de medo dessa falta de interesse dela na própria alimentação.

Quer dizer, era meio que uma falha minha, certo? Fazer ela se alimentar bem era a minha obrigação principal talvez, mas ela simplesmente não colaborava.

E isso apenas foi passar quando no quarto mês eu comecei a chorar de pura frustração.

Talvez isso tenha assustado ela e pensar nisso me deixava um tanto preocupada com traumas, mas fez ela prestar atenção nas minhas expressões.

Me pergunto se isso nunca tinha sido interessante o bastante para ela, mas aparentemente não.

Ela ficava muito séria e parava de tagarelar suas letras quando me via franzir o cenho e passei a ficar séria e em silêncio cada vez que a alimentava.

Não sei se ela entendeu que não era hora de brincar e sim de comer ou se simplesmente me achou sem graça ou assustadora, mas ela se comportava e no fim ganhava um sorriso, que parecia valer a pena para ela.

Era uma menina obediente até o quanto eu achava que era possível ser, já que ela nem entendia muita coisa.

Julguei que isso fosse bom, mas no fundo não sabia de nada.

É muito diferente ter um bebê na prática. Às vezes a teoria não faz tanto sentido quando olho para ela e percebo que preciso me virar e encontrar minha própria maneira.

E então eu me mantinha acordando de madrugada com ela, conversando ao máximo de volta embora algumas vezes estivesse cansada - porque caramba ela colocou a prova mesmo minha capacidade de ser tagarela - a alimentando com minha cara séria totalmente voltada para ela, trocando fraldas, dando banho, colocando para dormir...

Aos três meses ela já se engasgava de gargalhar e isso me animava tanto que tudo valia a pena.

A deixava deitada no colchão sobre o tapete da sala e fazia caras e bocas, conversando nos tons mais estranhos que conseguisse emitir enquanto ela gargalhava e respondia me metralhando com suas letrinhas favoritas.

LIVRO 4 - EXTRA TRILOGIA - Com todo o meu amor, LaurenOnde histórias criam vida. Descubra agora