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Olá.

Como prometi, aqui estou pela segunda vez no dia.

Capítulos 27 e 28 de With All My Love introduzindo algo que ninguém nunca entendeu (igual a Camila).

Boa leitura!

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Passei muito tempo me perguntando o que daria de presente a Camila em seu aniversário, ou mesmo se deveria dar alguma coisa ou não, porque havia toda aquela questão de ter que se afastar depois e cortar o contato para todo o sempre.

Eu não queria isso, mas visivelmente ainda era o plano de Camila e eu tinha que respeitar.

No entanto, em algum momento da semana que antecedia o aniversário de vinte e três anos dela, eu me vi abraçada ao meu ursinho, embolada na cama, e pensando em como durante esses quase vinte anos de minha vida ele esteve ao meu lado, me dando conforto, abrigo e força, e desejei que Camila tivesse algo assim em sua vida, assim como meu bebê.

Isso me fez sentar de súbito e encarar o carneirinho que carregava comigo a vida toda.

Me dei conta de que seria mãe em pouco tempo e que um ursinho de pelúcia não daria mais conta de me dar força para questões tão adultas quanto cuidar de uma criança e educá-la. Talvez estivesse na hora de deixar a infância onde ela estava, no passado. E com uma dor cortante no peito, decidi que era hora de passar meu carneirinho adiante, para alguém que precisasse mais que eu.

Dei um último abraço nele, uma lágrima correndo por meu rosto e me dirigi a lavanderia, onde o deixei para ser limpo antes de decidir definitivamente o que fazer.

Havia uma sensação muito estranha em mim, porque aquele brinquedo havia sido meu conforto em todos os momentos difíceis da minha vida, mas eu sabia que estava mais do que na hora de deixá-lo.

Pela primeira vez desde que tive sentimentos complexos que não sabia lidar, não descontei em comida. Sequer tive fome. Sentei no sofá e abracei as pernas, onde fiquei contemplando o nada pelo que pareceu ser horas.

Por fim, decidi que meu primeiro ato longe de meu conforto infantil secreto seria conversar com Camila e oferecer que tentássemos ficar juntas.

Faria isso quando a visse, então apesar de termos combinado que a comemoração do aniversário de Camila seria em seu apartamento, falei com as meninas para irem ao meu, onde conversaria com ela mais cedo e se tudo desse certo a comemoração também seria de nossa junção.

Tudo havia desandado aquela manhã, no entanto. Havia acordado muito nervosa e feito os diversos doces para o aniversário em exagero apenas para comê-los sozinha, o que me rendeu alguns minutos ajoelhada no chão do banheiro.

Um tempo depois, tentando tirar da minha cabeça a sensação de que tudo já estava fora do meu controle, liguei para Camila, mergulhada em uma ansiedade que sequer me deixava respirar direito, e pedi que me encontrasse na Cookies.

Ela não pareceu muito feliz, o que foi um soco no estômago. Alguém perto dela, uma mulher, perguntou "o que foi, Cami?" e quando ela me disse que já estava indo pude ouvir antes da despedida a mulher questionar "achei que estivéssemos indo tirar o atraso".

Foram seguidos socos na cara e me perguntei se estava mesmo fazendo a coisa certa, mas me mantive firme. Olhei para minha pelúcia limpinha do outro lado do cômodo e a agarrei por impulso antes de sair.

Só fui me tocar que estava parecendo uma idiota andando abraçada no meio da rua com um ursinho quando cheguei na porta da cafeteria e tentei pensar em alguma desculpa rápida antes de passar a impressão para Camila de que eu realmente não passava de uma criança e consequentemente não seria uma boa escolha ficar comigo.

LIVRO 4 - EXTRA TRILOGIA - Com todo o meu amor, LaurenOnde histórias criam vida. Descubra agora