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Bom dia.

Espero que estejam bem.

Boa leitura!

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Pensei muito no que Allyson me disse, até decidir que ela tinha razão tanto sobre Camila não estar pensando em mudar de ideia para ficar comigo, quanto ao fato de que eu tinha que observar e perceber por conta própria e então saber o que fazer.

Achei que passaria o dia trancada em meu apartamento, recebi milhares de mensagens de meus pais querendo saber da consulta, mas apenas mandei um recado dizendo que estava ocupada e falaria com eles mais tarde.

E antes estivesse ocupada mesmo.

Antes eu tivesse passado o dia trancada.

Sou impulsiva, talvez desse para perceber isso, se observasse bem.

Era movida por compulsões e impulsos. Não acho que isso seja saudável, mas eu não pensava muito bem às vezes. Era como se uma parte de minha mente se desligasse e fosse guiada por um ser do mal que queria me destruir.

Meus impulsos em geral resultavam em coisas boas, como a ideia de começar a vender doces, a decisão por minha filha e a casa em Utah. Logo, confiava neles.

Mas minhas compulsões...

Em algum momento do dia, levantei de minha cama, onde estava abraçada ao meu carneirinho de pelúcia, lavei o rosto, peguei a carteira e fui ao supermercado mais próximo, pegando cegamente coisas que parecessem úteis.

Depois, novamente em casa, meti a mão na massa e fiz um belo bolo recheado. Depois de pronto, com uma caneca de chocolate quente cremoso, sentei no chão da cozinha mesmo e o devorei compulsivamente, para segundos depois de ter acabado com tudo, agir com impulso para eliminar de meu corpo todo esse excesso que não deveria nem ter entrado para começo de conversa.

Confiava em meus impulsos.

Meu estômago e minha garganta doíam, mas eu sabia que tudo tinha consequência e pagaria.

Dormi um pouco depois disso para aliviar a dor, e acordei pouco tempo depois me sentindo enjoada. No entanto, tinha que falar com meus pais.

Mandei primeiro uma mensagem para Camila perguntando como ela estava, recebendo como resposta que ela estava bem e que minha filha estava com saudades por eu ter ido embora sem uma despedida decente.

Meu estômago que já não estava exatamente na melhor forma se contorceu. Eu sabia que Camila usava de desculpas o bebê para falar as coisas.

Prometi que nos veríamos logo e liguei para meus pais.

-Lolo! - exclamou meu pai de maneira animada - como você está? Nos conte tudo!

Ri de sua empolgação.

-Estou bem, pai - falei - estava exausta da viagem e precisei descansar, desculpe não ter ligado depois da consulta. Eu dormi...

-Está tudo bem, princesa.

Ouvi ao fundo mamãe gritando "Michael, diga para ela contar logo!"

-Sua mãe quer que você conte logo sobre a consulta. O bebê está bem? Viram o sexo?

-Sim, mas acho que vou contar para vocês só quando nascer - brinquei - ou melhor, vou diretamente para Utah, mandando uma única foto do rostinho para vocês tentarem adivinhar o sexo.

-Lauren! - papai exclamou, horrorizado.

-Estão falando com a Lauren? - ouvi Chris perguntar.

-Sim. Onde estavam?

LIVRO 4 - EXTRA TRILOGIA - Com todo o meu amor, LaurenOnde histórias criam vida. Descubra agora