**Capítulo 13**

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Dias depois...

• Rafaelly •

Não conseguia tirar da cabeça o que aconteceu na porra do meu quarto naquele dia com o Neguinho.

Essa porra fica martelando na minha mente 24 horas por dia, e eu não tô aguentando mais isso.

Sinceramente queria fingir que nada aconteceu, e seguir a minha vida, mas tá impossível. Quando vou ver, tô lá igual a uma boba pensando naquele momento.

Nunca na minha vida todinha eu me imaginei ficando com o Neguinho, e sentindo aquele clima que rolou no quarto, e do nada...aconteceu!

Não estava preparada não, mané.

Mas ó, não vou negar não, gostei... gostei pra caralho. Gente, que pegada que aquele negão tem!

Não é atoa que as mina que ele já ficou, querem toda hora ficar com ele outra vez. Mas eu vou ser diferente, claro!

Sou nem doida de ficar igual cadela atrás de macho, euem. Nunca precisei disso, e não é agora que vou precisar.

A real é que eu acho ridículo essas minas que fica se submetendo a tudo por conta de homem. Briga, se humilha na frente de todos pra chamar a atenção do cara.

Eu nunca que seria capaz de fazer isso não! Rum, ala.

Ser uma Naysa na vida? Credo, tô fora!

William: Dinda, bate no Fábinho...- veio correndo até mim, com a maior cara de choro.

Rafaelly: O que foi, neném? O que aquele chato fez pra ti? - peguei ele no colo.

Fábio: Aí, eu só peguei uma bolacha desse menino, euem. - apareceu ali na sala com o pacote na mão. - Deixa tu em, William, vou logo comprar um pote de sorvete pra mim, e não vou te dar. - mexeu o pescoço, fazendo um bico.

William: Que isso, tio. Pode ficar com as minhas bolachas, eu deixo...

Comecei a dar risada negando com a cabeça, e deixei ele no chão, conversando com o Fábio sobre o sorvete.

Interesseiro demais!

Não julgo, as vezes sou pior.

Fábio: Bora Rafaelly, vamo com nós na sorveteria comprar as paradas, euem. - me chamou, e eu me levantei bufando.

Minha mãe não estava em casa, então só tranquei tudo e fui indo com eles pra sorteveria.

Eu segurava uma mão do William, e o Fábio outra, deixando ele no nosso meio.

William contava algumas paradas pra nós, sobre seus brinquedos, e eu só fingindo que estava entendendo tudo.

Mas do nada, apareceu uma loira na nossa frente, com um sorriso enorme no rosto, que de longe percebi que era totalmente falso.

- Oi Will. - se abaixou na frente do menino, apertando as bochechas dele.

Fiz uma careta olhando para o Fábio, ele me olhou com a mesma cara, dando de ombros.

William ignorou ela totalmente, puxando a gente pra sair dali logo, e Fábio não se segurou, começou a rir negando com a cabeça.

Rafaelly: Neném...

William: Não gosto dela! - disse baixinho. - Uma vez vi essa estranha pegando dinheiro na bolsinha do meu pai...

Arregalei os olhos na hora, quase que me engasgando com minha própria saliva. Caralho!

Fábio: Teu pai sabe? - ele negou com a cabeça.

William: Tenho medo dele ficar bravo comigo, porque ele disse que gosta dessa menina. - fez careta.

Eu olhei pro Fábio sem saber o que falar, e ele estava do mesmo jeito.

Realmente Neguinho só arranja problema pra vida dele, meu Deus!

Mudamos completamente de assunto assim que chegamos na sorveteria. William foi pedir o seu, enquanto eu pegava uma barca de açaí pra mim e pro Fábio. Ele que iria pagar mesmo.

Nos sentamos em uma mesinha ali, e começamos a conversar ainda sobre os brinquedos do William.

Ele falava e falava sobre o trenzinho que tinha ganhado, que ele andava sozinho e tudo mais. Se achando o patrão por ter ganhado esse presente do pai dele.

William: Tio Fábio, me dá mais dinheirinho aí mim pegar mais sorvete com a moça? - fez um biquinho, olhando pra ele.

Fábio não aguentou, e deu logo mais cinco reais pro menino, que saiu correndo dali pra dentro da sorveteria outra vez.

Fábio: Tá agora fala porque tu tá com essa cara estranha. - cruzou os braços e eu olhei confusa pra ele. - Sou trouxa não, Rafaelly. Ala.

Engoli em seco, e peguei mais um pouco de açaí com a colher, enfiando no boca logo em seguida.

Rafaelly: Aí amiga... eu acabei ficando com o Neguinho depois daquele baile...- fiz uma careta, e só ouvi ele se engasgando com o açaí.

Peguei a garrafa de água do William, e dei pra ele tomar ali. Dei alguns tapinhas nas costas dele, tentando ajudar ele a ficar de boa.

Fábio: Como é que é? - praticamente gritou, e eu fechei os olhos, suspirando alto. - Rafaelly, como assim tu ficou com o Neguinho, mulher?

Rafaelly: Sei lá, Fábio. - bufei. - Rolou cara...

Fábio: Transaram? - arregalei os olhos e neguei com a cabeça. - Que merda!

Comecei a contar para ele como foi, e eu lembrava de cada detalhe, mesmo que naquele momento, ainda estava com a brisa da bebida batendo na mente.

Fábio ficou chocada com tudo que contei, mas no final ficou rindo que nem uma retardada ali.

Estava morrendo de vergonha com ele apenas jogando na minha cara que eu sempre falei que nunca ficaria com o Neguinho e um monte de coisa.

É, eu realmente paguei com a língua em relação ao Neguinho!

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