**Capítulo 44**

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Levantei um pouco a camisa, mostrando a enorme cicatriz que eu tinha ali pra ela, que fez uma careta na hora.


Estava eu e Rafaelly em uma praça conversando a horas já, falando sobre tudo mesmo, até que chegou no assunto de cicatrizes. Do nada mermo, pô.

Magrão: Peguei essa aqui quando tinha 16 anos, em uma briga que tive com um primo meu. Maluco veio que nem doido me cortando com a porra de um caco enorme de vidro.

Rafaelly: Brigaram por que?

Magrão: Ele roubou dinheiro meu. Rum, maior vacilão. Depois disso aqui, atirei duas vezes na cabeça dele. Maluco morreu na hora.

Assim que disse aquilo, a Rafaelly arregalou os olhos, mas logo caiu na risada. Nem entendi nada, mas comecei a rir junto com ela. Doidona mesmo, ala.

Rafaelly: Que horror! E olha o pecado eu rindo, credo. - fez um sinal de cruz com os dedos.

Magrão: De boa pô. Já paguei na cadeia pela morte dele. - suspirei.

Rafaelly: Mas você sabe que um dia vai apagar de verdade pelas mortes que você adiantou, né?

Balancei a minha cabeça, fazendo uma careta, e fiquei pensando nessa parada.

Cometi pecado pra caralho mesmo, matei pessoas que hoje em dia ninguém sabe, e nem tô cumprindo pena por isso, e eu sei que pagar lá na cadeia, não adianta de porra nenhuma.

E um dia a cobrança iria vir pesada, pô. Tinha até medo!

Rafaelly: Isso aqui eu ganhei no dia que o ex da Jade atirou em mim lá embaixo na praçinha. - virou de costas, me mostrando as cicatrizes que ela tinha ali. - Quase morri na sala de cirurgia.

Na hora em que ela falou do Leandro, o ex da Jade, eu dei um sorrisinho de lado, negando com a cabeça atoa.

Magrão: A justiça não sabe, mas...quem foi que matou esse desgraçado aí, foi eu.

Rafaelly me olhou sem reação, e ficou me olhando assim por um tempo, até que soltou um sorriso, como se tivesse gostado de ouvir isso. E eu até entendo ela.

Maluco fez mal pra muita gente, e matar ele, só foi um alívio pra geral.

Lembranças:

Meu peito subia e descia rapidamente com a minha respiração acelerada, e a vontade de chorar estava grande pra caralho, pô

Não tinha reação nenhuma depois de ver o que tinha rolado lá nos corredor, entre a Jade, o Sinistro e o filho da puta desgraçado do Leandro.

Meu ódio por ele era grande, e mesmo no meio daquela confusão toda que rolava entre policiais e os presos, eu fui atrás daquele cuzão outra vez.

Só conseguia ver policial atirando em alguns caras que tentavam se defender ali no pátio, e em outros casos, era os presos que conseguiam matar os polícia.

Me abaixei ao lado de um policial quase morto, e peguei a fuzil que ele ainda segurava.

O cara não queria me entregar não, e já tava ficando puto naquela merda com aquele cara, que meti o soco em seu nariz, fazendo ele soltar a arma.

Ajeitei a fuzil, segurando firme e senti uma adrenalina do caralho consumir meu corpo no momento em que atirei pra cima, sentindo o tranco da arma.

Respirei fundo e sai correndo dali da onde eu estava, andando pelos corredores daquele presídio, maluco atrás do Leandro.

Ficava atento com qualquer movimento ao meu redor. Não podia morrer nessa porra também, não!

E assim que meu olhar bateu nele, que ria que nem um maluco no final daquele corredor, que dava para o pátio principal, eu dei um sorrisinho de lado, sentindo o ódio crescer.

Ajeitei a fuzil, mirando bem na cabeça dele. Respirei fundo, e apertei aquele gatilho, ouvindo o barulho da arma disparando, e a bala correndo a milhão em sua direção.

Parecia câmera lenta quando vi a bala atingindo a cabeça dele, fazendo o sangue espirrar tudo ali ao redor, e aquilo ali, foi a chave para eu começar a fuzilar o corpo dele todo de uma vez.

E podia até ser estranho, mas eu sentia uma sensação boa pra caralho depois de fazer aquela parada, mandando aquele desgraçado diretamente para o inferno.

Lembranças.

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