**Capítulo 51**

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• Rafaelly •

Eu até tentava ficar triste ao saber que hoje, daqui a pouco o Fábio iria apanhar lá em cima na salinha por um cara que é o dobro dele, "pagando" por ter me batido naquele dia.

Só que, na minha cabeça eu colocava que ele estava apenas pagando pelos erros que cometeu em cima de mim, então ficava mais de "boa".

Infelizmente ainda considero o Fábio demais, porque pra mim não tem como esquecer e deixar de lado tudo o que a gente já passou juntos nesses anos todos de amizade.

É foda!

Magrão: Bora lá ver? - me cutucou com o cotovelo.

Rafaelly: Não sei Magrão...- fiz um bico, olhando pra ele.

Magrão: Tem nada demais em ver ele apanhando depois de fazer merda, mané. Mó paz. - deu uma risada baixa, e eu revirei os olhos, rindo também.

Esse cara não presta!

Rafaelly: Só um pouquinho.

Magrão bateu palminhas e saiu de casa, me puxando pelo braço. Acho que o Magrão gostava um pouco, barra muito de ver os outros pagando por algo errado que cometeu. Não sei!

O cara já me disse tanta vezes as cobranças que faz tanto fora, quanto dentro do presídio, e é cada bagulho horrível que só de lembrar, me arrepio inteira.

Fabio estava lá na casa abandonada que tinha no ponto mais alto ali da favela, aonde a polícia nunca conseguia chegar. Lá é onde é feito todos os tipos de cobrança, desde os vacilos mais simples, aos mais pesados.

Já vi muita gente saindo de lá em um saco preto de lixo, e sinceramente não tenho estômago nenhum pra isso. Não gosto de ver os outros sendo machucados, só que hoje eu não sei o que me deu, mas no fundo eu sabia que queria ver o Fábio pagando pelo o que ele fez comigo aquele dia.

Falei para o Neguinho sobre o Fábio meter a Naysa no meio da nossa briga aquele dia, e o mesmo disse que vai cobrar ela pessoalmente qualquer dia desses.

William estava passando uns dias lá na casa dela, então se o Wellington tentasse alguma coisa, ela iria como sempre colocar o menino na frente, sabendo que com o William perto, Neguinho não faz nada.

Jogo totalmente sujo eu diria!

Magrão: Aí, nada melhor do que eu ir me despedindo daqui vendo um bagulho desses. - esfregou as mãos uma na outra, e eu olhei pra cara dele.

Rafaelly: Não queria que você fosse embora. - fiz um bico.

Magrão: Tô ligado que vou fazer falta por aqui e pá, mas ó, daqui uns anos tô solto, na maior paz pra nós curtir.

Rafaelly: Não vem não, que eu sei que quando você sair, vai atrás daquela tal garota ruiva da prisão. - cruzei os braços, e ele deu risada.

Magrão: Que nada, pô. Eu lá sou maluco pra ficar atrás de uma mina que só vi uma vez na vida? Ala mané, que isso...!

Olhei pra ele de cima a baixo, negando com a cabeça, e nem disse mais nada.

Por mais que conheça o Magrão apenas alguns dias, já sei o suficiente pra saber que ele vai ficar atrás daquela menina assim que sair do presídio. Os olhos do cara chega a brilhar quando começa a falar o dia em que viu ela lá dentro.

Mas já vi, que nisso tudo, ainda vai dar muita merda pra esses lados.

Quando chegamos na casa abandonada, de fora já consegui ouvir alguns gritos do Fábio. Parei na porta com os olhos arregalados, e neguei com a cabeça.

Rafaelly: Não consigo, André. Vai você que eu fico aqui.

Ele deu de ombros e entrou na casa abandonada respirando fundo. Me encostei no muro do lado de fora da casa e fiquei ali por um tempão, ouvindo os gritos dele.

Meu peito apertava, e lá no fundo eu sentia que tudo era a minha culpa. Que eu causei essa merda toda, e quem estava pagando era ele no meu lugar.

Só que minha cabeça insistia em deixar claro que ele era o culpado disso tudo, que ele escolheu isso, e que ninguém poderia fazer mais nada pra mudar as consequências.

Fechei meus olhos por alguns instantes, pensando nessa parada toda, tentando ignorar os gritos dele, apenas esperando o Magrão para poder ir embora de uma vez.

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Ah mas pfvr, vão seguir meu perfil novo lá no Twitter, pq perdi o meu antigo e afiins. É criis_brisada tbm kakakaka aff.
Lá eu vou postar alguns memes das minhas histórias, e claro, algumas fotinhas minhas neah. E afiins

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