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Itália-
Calábria












Maya Petrov









⁠"Há de chegar o dia que você vai cansar de ser uma pessoa desprezada, humilhada e desacreditada. E aí você vai gritar e lutar. E quando isso acontecer, todo mundo vai saber que você é só um humano dizendo o seu: basta."

Eu choro, porque eu tentei dizer basta e acabar com o que venho passando, mas não consigo dizer... menos ainda um forte e audível "já chega".

Eu já sabia que eu era fraca, mas só confirmei isso agora.

O infeliz para quem meu pai fez um juramento havia me raptado. Eu estou na Itália, ele me mantém aqui há uma semana... Uma terrível semana que parece durar anos diabólicos.

Eu não sou mais dona nem do que eu falo, não tenho voz e não sou ouvida.

Está tudo escuro.

Tenho sentido o gosto amargo da dor, do desespero interno e o sofrimento maligno causado por homens perversos.

Eu virei um brinquedo nas mãos deles...

De todos eles.

Em lágrimas grossas, afundo as mãos no travesseiro e o aperto com todas as minhas forças, me encolhendo e sentindo um calafrio de dor agonizante por todo o meu corpo.

Me arrancaram tudo... Tudo.

Estou fragilizada, machucada e humilhada como nenhuma outra mulher merecia.

Ô Deus! O que eu fiz de tão errado para este castigo tão cruel?

Eu disse ao meu pai que esse mundo que ele entrou não era digno, não nos levaria a lugar nenhum, que o que nos esperava era somente desgraça e tormento. Nenhum luxo que eles usufrui é superior a lamúria que teremos que pagar um dia.

A conta chegou, por os erros do meu pai virei um nada.

A dívida é grande e a cobrança é severa.

O pacto era dele, mas quem vivia o inferno na carne era eu.

Odeio está me vitimizando, mas se minha vida já era um verdadeiro lixo, eu estava no fundo do lamaçal e minha companheira era somente o sofrimento que abraçava.

Ouço o ranger da porta e estremeço, fechando os olhos com a indispensável força de sempre.

— Espero que não esteja muito cansada, menina Maya. _É a voz dele, o Capo, o velho que meu pai segue. O qual meu pai se dedicou a ele mais que a nossa própria família. — Soube que acabou de sair dois homens do seu quarto.

Me engasgo, enojada e me mantenho firme no silêncio da minha dor. Ele não me ajudaria, porque ele é o único culpado. Eu não acredito que pensei que esse monstro tinha algum apreço por mim.

Escuto o barulho das suas passadas aproximando e o colchão afunda.

Atormentada com sua presença, abro os olhos e diminuo o aperto no travesseiro, tentando me afastar, mas sem nenhum sucesso. Ele impedia com violência.

— Eu estou morrendo... _Choro.

— Seu pai me vendeu você. Por que não acredita? _Eu nego. Impossível. Eu não estava a venda e eu não fazia parte disso. — Confesso que fiz um péssimo negócio quando te vi sem rouba. Por isso estou ganhando dinheiro com você. _Tocou meu queixo e o apertou, machucando-me. — Você disfarçou muito bem. Olha só. Além de negra é...

— Por favor...

Ele balançou a cabeça, empurrando-me o rosto contra o travesseiro e seguindo com as mãos para desfivelar o cinto da calça.

— Você só serve para a nossa diversão. _Riu desumano e de novo, pela terceira vez naquela noite veio a impiedade dos homens sobre o meu corpo. Não só com torturas, machucados, mas sim com o ferimento mais íntimo...

O da alma.






CONTINUA...

🤢😭

Que ódiooooo.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora