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Gianluca Rossi










Não existia coisa pior do que ser colocado em uma situação que não está no seu controle.

O que merda o meu avô achava que estava fazendo?

É irremediável, eu fico furioso e empurro a porta.

— O que é isso? _Questiono, retirando meu terno e o dobro, descansando no meu braço. Arregaço as mangas da camisa e rumo até eles.

Todos ficam de pé. As visitas por sua vez se curvam.

Palhaçada.

— Filho, o nosso amigo trouxe a filha dele para que você conhecesse. _Indagou meu avô e eu me impressiono com o descaramento. Quantas vezes terei que dizer que não vou aceitar um casamento arranjado? — Acredito que chegou o momento de unirmos forças e nos tornar imbatível.

Arrumo o relógio em meu pulso e aproveito para analisar a moça.

Apresentável, mas não me interessa.

— Você quer isso, baixinha? _Pergunto e a moça que estava cabisbaixa, me olhou nos olhos e suspirou. Fitou o pai e voltou a me olhar, abrindo a boca. Eu a corto. — Quero saber o que você deseja e não o que o seu pai te pressiona a querer.

Ela engoliu em seco.

— Eu não quero me casar.

Sorrio, chegando mais perto dela e erguendo as mãos.

— Posso te tocar no rosto? _Peço o aval e ela concorda. Emolduro seu rosto. — Seria uma porra se você casasse com um homem como eu. Mas isso você já sabe, não é?

Timidamente, ela assentiu.

— Meu senhor, ela não sabe o que diz...

Encaro o pai dela e estreito o olhar no soldado, acenando meramente com a cabeça.

Voltando os olhos ao pai da moça, aguardo o feito e ela grita, jogando as mãos no rosto.

— Gianluca? _Meu avô parecia alarmado. — Ele está morto. _Esbravejou, avançando em mim. Para bater de frente com ele, solto o rosto da moça e me viro. Meu irmão atrás se coloca ao lado do meu avô.

— O senhor não vai querer me testar. Eu estou o dia todo querendo mantar outro lixo igual a esse aqui no tapete. Então, pare de tentar tomar decisão por mim. _Perco a paciência, segurando em seu colarinho.

— Gianluca...

Friamente, estreito os olhos no meu irmão.

— Quer morrer também? Você quer acabar com essa sua vidinha medíocre de drogas e prostituição? Eu faço um precinho legal. Uma bala na cabeça, morte rápida e sem dor. Vai encarar ou sua serventia só serve para ser covarde?

Aterrorizado, meu irmão deu um passo atrás.

— Me solta. _Me avô exigiu e eu o empurrei.

Ouvindo o choro da moça, fui até ela, a abraçando.

— Todo mundo aqui sabe que seu pai iria te passar para qualquer outro homem. O mal está nele e não em você. _Alternei o olhar entre os dois homens da minha família. Eu nego, incrédulo com o cinismo desses dois. Como podem apoiar uma vida miserável? Porque seria essa a minha vida se eu casasse com quem não tenho nenhum afeto. — Seu pai está morto e você está livre agora. _Segurei seu rosto. — Um dos meus soldados irá te levar onde quiser. _Alisei seus cabelos. — Faça você mesmo a suas escolhas e seja feliz.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora