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Maya Petrov











Os dias se passaram e quase não tive contato com o diabo bondoso, meu caminho era da cozinha para o meu quarto e nesse percurso não o via muito. E quando eu chegava em qualquer comodo que ele estava, ele simplesmente se retirava. As vezes também dormia sozinha na casa e ele voltava no outro dia de madrugada. Eu não compreendia muito bem se ele estava me ignorando ou me dando espaço.

— Pensativa menininha?

Ouço e viro o pescoço, sorrindo contentíssima para a senhora Andrea. Ela havia chego ontem e o tempo todo me fazia companhia e sorrir atoa. Nos dávamos tão bem que parecíamos ser da mesma família.

— Vem. Sente-se aqui. _Chamo e ela vem sentar no sofá. Espero ela tomar assento e descanso a cabeça em suas pernas, puxando o lençol para cobrir minhas pernas. Está um dia tão frio.

— Diga o que perturba essa cabecinha? _Perguntou curiosa e iniciou um carinho bem vindo em meus cabelos.

— Ele não vem pra casa desde ontem. _Confesso o que ela já sabia. — Tenho absoluta certeza que ele me odeia pelo que fiz. _Digo agoniada. Não gosto dessa sensação em meu peito. 

— Depois de ter me contado todo o acontecimento, não parece ser de você que ele ficou com raiva. _Mexeu em minha orelha.

— Ele realmente não fez nada comigo. _Reafirmo o que já confessei e virei o corpo, olhando-a nos seus olhos castanhos claros.

— Por que fica tão descrente quanto a isso? _Elevou uma sobrancelha.

— Porque ele é homem. Homem nenhum teve tamanho controle.

— Você não está acostumada com isso, não é? _Me deu um olhar triste.

Eu concordo.

— Parece brincadeira. Eu vi, ele iria me tomar a força e definitivamente não fez.

— Nem todo homem é um miserável, menina Maya. _Voltou a fazer cafuné em meus cabelos.

— Mas ele é. Ele é fora da lei, um bandido e assassino.

— Você também pertence a esse mundo, não está isenta das desgraças que caiu sobre as pessoas. Quem matou tinha seu sangue.

Penso e respiro.

Ela tinha razão. Meu pai matava pessoas.

— Eu esqueci de te contar outra coisa. _Trinco os dentes e seu olhar curioso cresce. — Eu assinei uns papéis onde meu sobrenome pertencerá a ele e o dele a mim. Aquele documento prova que somos marido e mulher.

— Deus do céu! _Tapou a boca, escandalizada. — Ele te obrigou a fazer isso? _Questionou, intrigada por demais.

— Não. _Balanço a cabeça. — Ele nem viu quando eu fiz e ficou exatamente como você está, surpreso.

— Por que você fez isso?

— Por gratidão.

Sua expressão ficou séria.

— Ninguém faz algo assim por gratidão, Maya. É a sua vida.

— Ele vive dizendo que eu estou apaixonada pelo Dante. Eu quis provar que não.

— Isso também não é motivo. Vamos, me diga que motivou te fez assinar o papel?

Saio das suas pernas e me sento no sofá. A encaro e esfrego meu pescoço. Não devia confidenciar isso, mas simplesmente sai.

— Ele me faz tremer as pernas. Eu quero muito ficar com ele.

A senhora Andrea se impressiona e remexe no sofá.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora