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Maya Petrov













Dias depois eu estava muito triste, com um abalo tão grande e tão profundo que machucava bem dentro do interior da minha carne. A senhora Andrea tinha saído, o Dante não havia mais vindo ao meu quarto e o Capo aguardou essa brecha e acabou de tentar fazer coisas comigo — aquelas coisas— pode parecer exagero os meus gritos melancólicos de súplicas por ele simplesmente ter somente "tentado", mas isso não muda o fato de que foi invasivo, desaprovado e contra minha vontade. Me magoa e tem peso. É tão grande quanto ele tivesse concluído, porque me dói a humilhação de saber que eu sou vista nesse lugar como uma boneca sexual.

Meu pai está ao lado e nunca interferiu.

Que desgraça de pai é esse?

— O que você fez? _O olhar do Capo era assustado e ele pulou da cama completamente nú.

Imediatamente puxo as cobertas, me cobrindo.

— Nada. _Afasto para mais longe dele, amedrontada.

— Você está diferente. Não era assim. _Mudo a vista. — O que porra você mandou fazer nessa vagina? _Ele aproximou e eu saio da cama.

— Na.da. _Estou com tanto pavor.

Foi quando ele chegou perto, enfiou as mãos em meus cabelos e bateu meu rosto contra a parede, fazendo-me urrar de dor que entendi o preço que começaria a pagar por ter tido forças e não permitido que esse homem entrasse em mim.

— Fala a verdade, ты сука... _Foi mais  impiedoso e me deu um tapa forte no rosto, xingando-me de "vadia" em Russo, algo que eu sequer era e começou a me enforcar. O lençol que eu me cobria caiu no chão e eu fiquei nua, tendo o seu corpo encostando no meu e me aterrorizando.

— Eu não fiz nada... Juro. _Respondo baixinho, meu rosto e pescoço dói tanto e a voz quase não tem som.

O maldito me empurrou com brusquidão e por eu não esperar, caio no chão de mal jeito e torço a mão, soltando um grito agudo por ouvir o estalo em meu pulso.

De repente, a porta do quarto voa com um baque forte e eu, mesmo sentindo uma dor absurda na mão, rapidamente puxo o lençol, cobrindo-me.

O cabelo está cobrindo o meu rosto e eu não os afasto quando ergo o olhar e vejo um homem entrar e outros tantos armados circulando do lado de fora.

— Chegou o momento de acertar nossas contas. _O homem disse, voz tão marcante e firme que dava medo. Eu tremo.

Abaixo a cabeça e choro baixinho. Estou tão esgotada de tudo.

Que inferno é esse de novo?

Quem é esse homem e esses outros andando no corredor?

Mais homens para brincar comigo?

Eu não suporto mais.

— Gianluca. Você é um homem morto.  _O Capo proferiu seu nome e eu lembrei que já o ouvi.

Foi no dia que fui ao cassino, o Dante e ele riam por ter atacado sua família.

Eu juro pelo sangue da minha Famiglia que imaginei mil formas de torturas sofridas e dolorosas que estivesse a altura da sua abominável falta de noção como um líder, mas vê-lo nú aqui, me deixa perturbado e incomodado porque é algo que eu jamais faria com quem quer que fosse. Não sabe como me fere o orgulho por querer que todo homem pensasse igual a mim e eu não deveria querer algo assim porque era pra todos compreender essa merda. _Gritou, enfurecendo. — No entanto, infelizmente, vocês são uns lixos e eu só penso em eliminá-los de uma vez por todas.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora