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Maya Pavlova







Eu despertei há meia hora, mas mantive os olhos fechados e não me movi. Não queria interromper o momento fofo de pai e filho(a) e continuei quietinha, concentrada, ouvindo as coisas bonitas que ele falava. O Gianluca estava entre as minhas pernas, com o queixo quase sobre minha vagina, alisando-me a barriga, demonstrando seu lado sensível e babão ao paparica-la e se expressar.

- Você nem nasceu bebê e eu quase morri por você. _Senti um beijo cheio de ternura no ventre e me segurei para não se contorcer por me causar arrepios simultâneos. - Tão pequenininho ainda e eu e a mamãe já reservamos o amor maior de todos. _Amorosamente parecia encostar sua orelha em minha barriga, pois senti seus fios de cabelos me fazerem cócegas. De repente, o bebê reconheceu a voz do pai e deu um chute abrupto, eu arregalei os olhos. Ô Deus! Que isso? Carinhosamente, o Gianluca deslizava a mão e cochichava, não vendo que eu estava de olhos abertos e atenta a tudo. - Shhh. Você vai acordar a mamãe e ela fica brava quando é acordada do seu sono de princesa. _ Fez graça e sorriu, esfregando a orelha em minha pele, certamente querendo ouvir adentro da minha barriga.

Eu já estou vendo o grude desses dois quando o bebê nascer.

Aí gente, e o medo que eu estava do Gianluca ser frio e seco com o bebê por conta do relacionamento difícil e traumático que teve com o pai. Também tinha o medo por ele ser um líder, por ter regras nesse meio e que o povo que as seguem esperavam vê-lo sendo exemplo.

Entregar nosso filho, nem ferrando.

Que alívio grandioso é saber que hoje é um novo dia. A melhor coisa que aconteceu foi o meu pai aparecer. Ninguém tocaria no nosso filho, nós dois decidiríamos tudo sobre sua vida como realmente tem que ser.

Graças a Deus, o Gianluca é um homem que entende de tudo, altruísta e sabe separar as coisas, tem sido perfeito comigo e com nosso filho desde que soube da sua existência em meu ventre. Outra, ele está perfeito, o que foi um milagre não ter tido nenhum tipo de sequelas depois do coma, mesmo tendo uma bala alojada no osso das suas costas. Ele acordou, levantou e está comigo, esse filho da mãe.

Por instinto, ergo uma mão e toco seus cabelos, os penteando e tendo seu olhar curioso encontrando os meus, seus lábios aos poucos separava, mostrando-me um sorriso atraente e sedutor.

A visão, meu pai!

- Bom dia. _Devolvo o sorriso e sento-me na cama, recebendo beijinhos minuciosos por meus seios, pescoço, queixo e lábios.

- Bom dia, meu neném dorminhoco. _Ganhei meu beijo costumeiro na testa. Eu bocejo. - Que preguicinha, em mamãe?

Boba, seguro o seu rosto, o observando no fundo dos seus olhos azuis e ficando encantada por vislumbrar as pupilas intensificar de tamanho, dilatando.

Que perfeição dos céus!

Meu coração dispara e uno nossas testas, fechando os olhos.

- Meu Deus! Como eu te amo, Gianluca. _Suspiro, acariciando a ponta dos dedos em seu queixo.

- Acordou melosinha hoje, em? _Me deu um selinho demorado e saiu da cama. De pé, ele me estendeu uma mão e meu olhar curioso rastejou por seu corpo nu. Invencível era o quanto meu amado era belo.

***

Dessa vez o Gianluca não dirigia como de costume. Por conta de ainda está se recuperando e o médico ter alertado que a recuperação levaria três meses, ele optou por deixar o motorista nos levar até a clínica e estávamos sentado no banco detrás.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora