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Gianluca Rossi













Eu era justo e sabia separar as coisas. Isso me levou até onde eu estou. No entanto, tinha o meu 'eu' oculto. O homem frio, calculista e impiedoso. Esse que não me orgulho. Esse era impulsivo, vingativo e drasticamente sádico. No fundo, reconheço que foi esse o qual me tornou o todo poderoso, o mandachuva respeitado, inquestionável e invejável até pelo meu sangue, o qual jurei em sacrifício, que enquanto estivesse vivo faria tudo pela minha organização, por minha Famiglia.

Eu fiz. Não podiam reclamar e paguei caro por isso. Vivi só como um cachorro louco, desconfiando da própria sombra. O poder é ilusório quando chega a noite e tem que abraçar sua maldade. Quem se orgulhar por decidi sobre a vida de alguém? Eu nunca consegui normalizar isso, nunca foi uma ação costumeira matar. Não sinto prazer.

Há 10 anos estava prestes a se casar quando peguei a minha noiva transando com o meu próprio pai.

Se eu dissesse que fiquei triste quando a Bratva o matou em uma das suas tantas tentativas frustrantes de penetrar a máfia Ndrangheta, estaria mentindo descaradamente. Eu não senti nada. Veio daí nossa rixa contra a Bratva. Mataram um dos nossos.

Fiquei mais abalado em assumir seu lugar do que em saber da sua partida e quis que ele ressuscitasse só para ter o prazer de mata-lo mais uma vez.

Desde então, não conheci nenhuma mulher a quem eu pudesse levar a sério. Mas não parei minha vida, umas gostavam da adrenalina de está comigo após eu virar o Don, outras se afastavam porque me consideravam um assassino sanguinário.

Não importava, eu estava e estou crente de que não daria herdeiros a máfia.

Agora casamento...

Sorrio, aproximando do lixo carniceiro amarrado no chão e encapuzado.

Casamento... Bom, estou aberto as possibilidades.

Analiso as gotas de sangue no chão e o corpo nú todo machucado e com marcas de queimadura e hematomas.

Com o pé, o empurro e ele cai de lado, de costas para mim e eu vejo o estrago entre suas pernas.

Esse é o maldito lado que eu não gosto.

Dou a volta no corpo e me agacho, descansando um antebraço na perna e vindo com a outra mão retirar o capuz encharcado de sangue. O cheiro que vem dele é horrendo e me embrulha o estômago.

O homem tosse, o desgraçado quase não tem forças para abrir os olhos calombados e roxo. Assustador o estrago. Admito.

Gostando da sua estádia? _Pergunto ausente de piedade e com zombaria, observando seu corpo gordo e nojento. — Quantos homens entraram aqui? _Sorrio, dando uma olhada no chão e me sentando, abrindo minha garrafa de whisky e bebendo.

— Ah..._Gemia, trêmulo e o canto da sua boca babava sobre o braço. Ele estava tão inconsciente que não formulava uma palavra.

— Quando soube que você estuprou a sua própria filha. Não pensei duas vezes em contratar uns amigos para mostrar como é saboroso. _Trago a garrafa a minha boca, nervoso e agoniado. — Ela nem desconfia desse caralho. _Limpo a garganta, sentindo um nó se formar e uma sensação horrível no peito.

Encaro a garrafa e depois o lixo esparramado no chão. Carrego a garrafa na altura da sua cabeça e derramo o líquido em sua cabeça, jogando a garrafa longe.

Levanto-me e caminho até o fogão, ligo-o e procuro uma vela, encontrando, a acendo e com cuidado para não apagá-la, chego no miserável e me agacho, trazendo a vela para encostar em seus cabelos e o tocando fogo.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora