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Maya Petrov














Pela manhã, eu fui a primeira a despertar. Abrindo os meus olhos, sorrio por puro instinto, sentindo o peso da mão do Gianluca em minha cintura e tendo uma vasta emoção inigualável.

Diferente de quando estávamos na Itália em sua casa, apesar de nos unir em um só algumas vezes, nunca de fato dormimos juntos e compartilhamos da mesma cama. Na vez em que desci até seu escritório e dormi em seu colo, quando acordei eu estava em meu quarto. Mas hoje, longe de tudo e de todos, ele estava comigo nessa imensa cama aconchegante.

Como era bom ter essa sensação. Acordar e sentir que ele continuou ali, agarradinho comigo.

É tão engraçado isso. Estou amando tanto perceber que apesar de já estamos tendo além de intimidade, a gente vai dando um passinho de cada vez. É pequenas coisas, mas que fazem tantas diferenças para o meu coração.

Por quantas vezes eu não li que na maioria das vezes o homem se dedicava a mulher somente até conseguir seu corpo e depois, tanto faz. Isso é tão triste.

Eu posso está exagerando e enganada, mas eu sentia que com o Gianluca não era apenas isso. Ele se dedicava, tinha sensibilidade comigo, me afastava do seu trabalho sujo, me prezava, me priorizava e me reverenciava. Sim, ele me adorava.

Sua estima por mim era um encanto.

Perante a tudo isso, foi inevitável não se balançar. Eu confessei na noite anterior que sentia que eu era dele e com isso sei que revelei que estava apaixonada.

E realmente estou.

O que eu podia fazer se quando o olhava, sentia que nos olhos dele eu era arte?

Nessa altura do campeonato eu já havia exposto minha alma a ele por completo e não esperava nada em troca e continuava bloqueando expectativas, porque sei que será o que tiver que ser.

Me remexo, uma mão minha está abaixo do meu travesseiro, estou de lado na cama e com um homem que dá quase duas vezes o meu tamanho grudado a mim, estamos nus e eu sinto que nossas peles estão coladas como um ímã, me confortando e me assegurando de tantas coisas e sentimentos.

Estou com vontade de fazer xixi, no entanto, quero aproveitar mais desse silêncio e do seus braços. Esfrego minha bochecha no travesseiro macio e desço olhar, avistando sua mão grande espalmada em minha barriga. Ele usava dois anéis no dedo, um dourado grande, certamente ouro legítimo, com uma pedra vermelha granada sobressaltada acima. Um anel muito lindo e com certeza parecia ser de família, ou alguma herança da Famiglia Ndrangheta.

Anel masculino é um charme, ainda mais com umas mãos tão bonitas.

Observando mais, avalio o outro anel e é somente uma aliança igual a minha que colocamos ontem.

Ele disse que quando estivéssemos a sós poderíamos tirar.

Mas nenhum dos dois tirou ainda.

Não aguentando mais segurar a bexiga e odiando está afastando devagar sua mão, sento-me e levanto da cama, seguindo até o banheiro e indo fazer o bendito xixi. Feito, me seco e vem a lembrança da loucura que ele fez comigo.

Ô Deus! O que foi aquilo?

De pé, dou descarga e decido que preciso tomar um banho com urgência. Nessa madrugada, depois que finalmente acabamos a bagunça, eu não vim tomar banho, somente ele.  A verdade é que eu estava tão cansada que não aguentava manter os olhos abertos e mesmo o Gianluca tendo me limpado com uma toalha molhada, agora noto que eu não posso mais dormir depois de ficar com ele e não tomar banho. É nojento.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora