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Maya Petrov















O pavor caminhava em passos pesados e rápidos por minha espinha e chegava aos olhos em formas de lágrimas incessantes. Meu corpo só entregava a ele ações de medo e tremor imensurável. Não adiantava explicar absolutamente nada a quem se nega ouvir e acredita cegamente em sua própria verdade.

Mas eu não fiz nada anormal que podesse me colocar novamente nessa posição de humilhação.

Eu errei, reconheço, errei em marcar encontro com o Dante mesmo sabendo que o Gianluca o odiava por considera-lo um traidor. Mas eu tinha me afeiçoado por ele, o Dante foi bom comigo quando eu estava em um lamaçal de sofrimento, ele foi uma claridão naquele escuro de sofrimento e conversou com sinceridade quando ninguém mais fazia. Não posso ser grata?

Que culpa eu tenho sobre os confrontos de ambos?

Agora estou no chão, abaixo do senhor gelo que furioso rasga minhas roupas. Não adianta mais gritar, apesar de não ter mais cordas vocais para isso, eu murmurava por piedade e notei que tanto faz para ele. Ele era bruto, violento, frio e tinha sangue nos olhos. Eu sabia do meu erro, mas não aceitava essa sentença. Eu havia causado esse transtorno com ele, havia tocado em alguma ferida mal cicatrizada. Somente eu. Mas eu queria que ele fosse justo comigo.

E tudo bem, é, está tudo bem.

Um a mais, outro a menos não ia fazer diferença.

Eu já havia me acostumado a esperar o inferno que os homens fazem comigo.

Mas o Gianluca era diferente. Pelo menos eu pensava isso.

Toda a imagem que criei em minha cabeça sobre ele, desaparecia. Esquece tudo sobre bondade, o senhor Gianluca era muito cruel e eu estava sobre o julgo de sua maldade.

Ele afundou o rosto na curva do meu pescoço e duramente raspou o queixo em minha bochecha, arranhando-me e chupando o meu pescoço. Eu queria o empurrar, mas minhas mãos estavam entreleçadas nas suas e imobilizadas por ele no alto da minha cabeça.

Descaradamente, o mesmo, que estava quase sentado sobre mim, acomodou uma perna entre as minhas e forçadamente chegou com o joelho em meu interior, me esmagando praticamente.

De dor e invasiva, ofego fortemente, respiro fundo e volto a chorar.

- Ele te machucou, querida? _Sua pergunta não era de preocupação. Sua voz não era mansa. Senti como se respondesse algo que não o agrada, aquilo se tornaria miseravelmente pior para mim. - Está tão sensível. _Sussurrou, olhando-me com atenção e forçando ainda mais o joelho em minha vagina.

- Você... Você está me machucando. É você. _Gritei desesperadamente.

- Ele entrou aqui dentro de você? _Sua expressão não era de alguém que queria realmente ouvir algo a respeito.

- Você sabe que não. _Choro, negando para todos os lados que minha cabeça possa dá mais confiança a negativa.

- Eu não sei. Não estava no banheiro e só cheguei depois porque estava demorando. Eu havia pedido uma bebida leve para você, fiquei temeroso de você ficar bêbada e me chamar daquelas coisas horríveis que disse naquele dia.

- Não fizemos nada...

- Fiquei tão preocupado. Você, tão inofensiva e no meio de tanta gente desconhecida. Não deveria ter feito sua vontade. Fiquei com tanto medo por você quando parei para olhar ao redor e vi tantos homens bebendo. Não deveria ceder tanto a você. _Sussurra, unindo sua testa na minha e me passando toda sua temperatura. Ele estava fervente. - Você podia se sentir em desordem... É tão ruim se sentir em desordem. A cabeça só foca em coisas ruins.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora