33

9K 743 351
                                    


DIAS DEPOIS







Maya Petrov






— A senhora fez o que? _Arregalo meus olhos completamente baqueada.

— Traí o seu pai. _Ouço do outro lado da linha e fito o Gianluca, enquanto dirige de volta para casa. Ele me trouxe ao hospital porque eu praticamente implorei para vir tomar a injeção anticoncepcional trimestral.

Como íamos sair de viagem nessa madrugada e não sabíamos ao certo quando iríamos voltar. Depois de uma longa conversa com ele, resolvi que realmente queria a vacina como o método contraceptivo. Claro que o Gianluca queria prolongar para o mais tardar, mas eu já tinha decidido e não se falava mais nisso.

Além disso, a médica informou que a injeção trimestral promove a diminuição do fluxo menstrual, combate os sintomas da TPM, diminui o risco de câncer de endométrio, de ovário e de doença inflamatória pélvica. Também tinha desvantagens, porém eu estava confiante quanto a isso. Estava na hora de eu se cuidar.

Se algo saísse do controle, eu simplesmente suspenderia o uso.

O Gianluca está planejando suas férias desde o dia em que recebeu o convite para o casamento da prima. Creio eu que o destino certamente é ficar pela Indonésia mesmo.

Não posso mentir que esteja ansiosa, eu estou e muito. Com uma pontinha também de medo de não ser agradável aos olhos da sua família que estará toda reunida para festejar.

Mudando de assunto, obviamente eu tinha que entrar em contato com a minha mãe e contar a ela sobre a viagem, mas desde que a dei bença, ela soltou logo de cara a bomba da traição.

A minha mãe era uma peça.

Mãe, como assim? _Estou desacreditada. Ao meu ver ela era apaixonada pelo meu pai.

— Ah filha, ele tomou chá de sumiço, eu tenho apenas 39 anos e aconteceu. Foi com meu Personal Trainer.

Estou chocada.

— Mãe, seu Personal não era gay?

Ouço sua risada.

— Que nada, isso foi uma desculpa para o seu pai não encher o saco.

— Meu Deus! _Sorrio, mas não porque estou admirando essa loucura e sim porque é simplesmente bizarro. Eu tinha a imagem da minha mãe como uma santa e nossa senhora, eu tenho que pedir perdão. — Mãe, eu não sei o que dizer, mas se você está bem com isso, quem sou eu pra julgar. O papai deve está escondido em algum lugar. _Nesse mesmo instante tenho o olhar do Gianluca em mim. Está sem expressão, não esboça nada.  — Deve está esperando o momento propricío para dar as caras. Cuidado. _A alerto, porque nunca se sabe, as vezes ele aparece de surpresa e ver o que não deve e machuca a minha mãe.

— Pode ficar tranquila. Tenho um soldado comigo o tempo todo. Não sei porque chamam de soldado, eu acho feio, devíamos chamar de segurança, o que é o certo. _Reclamou. — Sabe quem voltou?

Franzio o cenho.

— Não. Quem?

— O irmão do Capo, ele assumiu a Bratva e está com sangue nos olhos, um dos homens dele esteve aqui ontem e perguntou do seu pai. Está como um louco atrás dele.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora