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Maya Petrov









No dia seguinte acordei com o barulho ensurdecedor de um alarme. Assustada, sentei na cama as pressas e procurei a porcaria do aparelho para desligar, mas não encontrei em canto nenhum.

Afastei as cobertas e pulei da cama, calçando as pantufas e seguindo até a porta. Bastou abri-la para que eu desse de cara com o Vladimir trajado em uma calça moletom preta e uma regata justa e branca.

Quantos anos esse homem tem? Uns 30.

E esses braços fortes? Será que ele injeta anabolizante de cavalo?

E porque eu estou avaliando os braços desse idiota?

Talvez... Porque não sou cega.

— Bom dia.

Balanço a cabeça. O barulho soa mais alto e eu fico apreensiva.

— O que está acontecendo? Parece alarme de incêndio. _Fico preocupada.

Ele negou e lambeu os lábios.

— Vem do teto do seu quarto. É o alerta para você começar a se aprontar.

— Aprontar para quê? _Não entendo e ele me entrega um conjunto de roupa de academia dobradinho.

— Você tem meia hora para se vestir, tomar café e subir para o último andar da casa.

— Meu, como faz esse alarme parar? Caramba! É irritante. _Reclamo e o homem entra no meu quarto sem ser convidado, sentando e deitando na minha cama. Assim, sem mais nem menos. — Ei, que liberdade é essa? _Jogo as roupas no móvel de madeira ao lado e cruzo os braços.

— Eu só vou te ensinar algo. _Falou e então bateu palmas. Ele sentava e eu olhava para o teto admirada.

— O barulho parou. _Percebo embasbacada. É tudo no automático. Igual o pau do meu marido. Pau... Ô saudade de dá uma sentada. — De quem foi a maldita ideia de colocar um alarme tão barulhento aqui nesse quarto? Meu sono de princesa é sagrado. A pessoa deve ser um babaca...

— Fui eu.

Constrangida, engoli ar seco e desci o olhar.

Puts...

— Eu...

— Bom, eu serei o seu treinador e odeio atrasos e indisciplina. O alarme vai te ajudar a acordar na hora e fazer sua higiene matinal, trocar-se e tomar alguma vitamina antes do treino. _Seu olhar de cor mel, com curiosidade rastejava minuciosamente sobre o meu corpo e ele impulsionava o seu para ficar de pé. — Eu só vou parar com você, quando eu te ver pingando de suor.

O encaro e semicerro os olhos, o analisando com cautela.

Por que eu estou sentindo o duplo sentido nas suas palavras e não é a primeira vez?

Retrocedo um passo e rumo até a porta, abrindo bem a porta.

— Faz o favor de se retirar. _Sou incisiva. Isso já deu e não é uma atitude honrosa de uma mulher que está grávida do homem que ama.

— Todo lugar que eu entro, eu saio. As vezes demoro um pouco lá dentro, mas tem que dá alívio para o local. _Com desgosto, fecho os olhos forçadamente. Esse filho da puta foi malicioso e eu não estou nem de brincadeira.

Ele passava por mim quando o barrei e o empurrei para o lado.

— Por que está fazendo isso? _Estou muito nervosa.

— Isso o que? _Sorriu, grudado na parede e me olhando firmemente de cima.

Não adianta, seu imbecil. Você pode me dá o olhar mais sensual do mundo e não será igual ao dele.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora