MUITOS DIAS DEPOIS...- Estou indo, tudo bem? _Minha mãe perguntou e eu concordei, alisando minha barriga e sentindo meu bebezinho se mexer inquieto, mais do que agitado, como se comemorasse algo grandioso. Uma vitória talvez. Sorrio pensando coisas e insistindo na carícia somente para sentir mais dessa maravilha divina. Deus! É uma das melhores sensações do mundo.
O Gianluca ia gos...
É inevitável, meu sorriso contente desfalece. Um mês. Se passou um mês e eu continuo sozinha.
Paro de observar minha barriga e vejo a minha mãe levantar-se da cadeira e pegar sua bolsa.
- A senhora acha que serei cruel se realmente ir lá e descobrir o sexo do bebê e ouvir o coraçãozinho sem ele? _Triste e muito perdida do que fazer, busco o seu olhar e um alento.
Eu não queria me sentir culpada por fazer isso sozinha.
E o Gianluca estava tão ansioso para ir comigo.
- Minha princesa. Se fosse para ele acordar, ele já teria despertado.
Meus olhos enchem de lágrimas pela forma inesperada em que ela disse tal comentário. Me senti péssima e atordoada.
- Então eu devo desistir dele? _Desacredito do que ela deu a entender. - Ele nunca desistiria de mim. Nunca.
- Vai esperar o tempo passar? Filha, os dias estão correndo, já já você está parindo. Não consegue entender que terá que ir para sala de parto sem ele? _Meu Deus! Pra que isso? - Não ver o que está bem nítido? Ele está prostrado numa cama e sequer, até o momento moveu um dedo. Não demonstrou sensibilidade alguma por todo esse tempo. Comece a aceitar que não terá a mão dele segurando a sua enquanto dá a luz.
Minha respiração fica fraca.
Suas palavras foram severas demais.
- Ele está vivo, mamãe. _A lágrima escorre e eu fico aflita. Está, não está?
- Onde que eu não estou vendo? _Foi dura e eu neguei, olhando para cima com o coração na mão.
Eu estava mesmo nadando contra a maré?
O Gianluca não iria mais acordar?
Momentaneamente, o Mattia apareceu no refeitório do hospital e segurou no braço da minha mãe, olhando entre os lados, sorrindo e assentindo para as pessoas em volta.
- Qual é sua velha? Pode me explicar o que merda está falando para a mulher do meu irmão? _Foi rude.
Assustada com sua agressividade nas palavras, levanto-me da cadeira.
- Mattia...
- Não, Maya. O que ela está fazendo é desumano e você está com o coração quebrado, com a culpa incendiando o peito e ainda por cima entrou no sexto mês de gestação. _Me encarou frio. - Ela não pode falar o que quiser e achar que você não pode se defender, mesmo eu sabendo que você pode, você não está sozinha.
- Me larga. _Minha mãe, nervosamente se desvencilhou do seu toque. - Essa espera toda está fazendo muito mal a minha filha. Vai acabar matando-a. Vocês todos estão a iludindo a ter esperanças.
- Sim, eu vejo que está fazendo mal a ela, mas falar que o meu irmão já era, isso é ser uma velha filha da puta. Meu irmão não morreu. O que é? Está usando drogas?
Minha mãe se indignou e balançou a cabeça.
- Eu vou embora. _Dito isso, ela me olhou, não falou absolutamente nada e viro-se, dando-me as costas e saindo.
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LUZ NO INFERNO (1)
Literatura FemininaROMANCE DARK Maya foi vendida pelo próprio pai para um mafioso terrível e tem passado dias miseráveis. Os abusos que sofre diariamente parecem intermináveis. Sua vida é um verdadeiro inferno, mas poderá ela encontrar alguma luz? #Contémgatilhos #+1...