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Gianluca Rossi











No dia seguinte, despertei antes da Maya, a deixei dormindo na cama e fui tomar um banho.

Abaixo da ducha gelada, virei-me e espalmei as mãos na parede, cabisbaixo e olhando para o chão antes de fechar os olhos e balançar a cabeça em desaprovação.

— O que foi? _Era sua voz doce e que me tirava do sério. Virando-me para olha-la, ela entra no box e se junta a mim, seu olhar é entristecido e gotas geladas d'água respinga nela. Sabendo do quanto está frio e que ela pode pegar um resfriado, mudo rapidamente a temperatura da ducha, retirando sua camisola e jogando o tecido contra a parede, puxando-a pelo quadril para ficar comigo abaixo dos jatos d'água.— Vamos conversar? É o certo, não é? A gente prometeu que sempre tentaríamos se resolver. Você desgostou de tudo aquilo... A Mayla...

A interrompo.

— Ela é insignificante. _Fechei os olhos, torcendo o pescoço ao inclinar o rosto e permitir que as gotas agora mornas molhassem o meu rosto.

— Falando nisso. Cadê ela?

Desço o rosto, beijo-a na testa e passo as mãos sobre meus cabelos, encarando-a.

— Você não se importa com ela, ou se importa? _Questiono intrigado.

Desconfiada, ela retrocedeu um passo, olhando-me feio e balançando lentamente a cabeça, em exagerada descrença.

— Gianluca, eu fui a errada... Eu quis aquilo e se você tivesse negado, nada daquilo teria acontecido... Se você a deu algum tipo de represália... _Ela parecia forçar os olhos para mante-los abertos. Espero ela continuar, percebendo que o meu neném sabia perfeitamente se defender e jogar sujo. — Eu vou te odiar com todas as minhas forças e vou sumir e você nunca mais irá ter notícias minhas ou do nosso filho.

Jogar muito sujo...

— Eu aceitei aquilo porque vi que era o seu desejo, mas não me agradou nada. _Revelo a verdade.

— Quando urrava em minha orelha e se derramava em minha bunda, gozando igual um condenado. Engraçado! não parecia tão desagradável. _Rosnou, irritada.

— Maya. _Repreendo. — Você não está compreendendo o que estou querendo dizer. _Digo pacientemente.

— Então explica. Droga! _Exclamou, cruzando os braços e deixando que uma lágrima corresse por suas bochechas.

— Ela nos viu intimamente. Maya, eu sinto muito se eu te amo demais para permitir uma porra dessas. _Confesso possessivo e duplamente ciumento. — Entendo que foi desejo, curiosidade e vontade, mas eu sou egoísta... Passou do momento de dizer não e não quero aquilo novamente. Você é minha e eu sou seu, enquanto nós dois estivermos nos fazendo bem, será somente nós dois. _Sou sincero.

— Você é muito frio quando quer. _Rebate, nervosa.

— Em menos de um dia, eu vi duas faces suas. Uma, você torturando e matando uma pessoa, meu avô, um infeliz que mereceu morrer e tudo bem, e outra que também assisti você como nunca vi antes, isso me desnorteou completamente...

— Achou pecaminoso por ela ser minha irmã?

— Você é o meu neném. É essa mulher aqui de olhar triste e desesperado por quem eu me apaixonei. Comparado com a vida que levamos, tanto faz se ela era sua irmã ou não. Quem sou eu para ditar o que é certo ou errado se possuo uma lista interminável de pessoas que matei e que ainda irei matar?

Seu semblante mudou. A Maya ficava aflita.

— Amor. Não fala assim. Mesmo sendo esse demônio todo que se descreve, você permite ser justo. Essa qualidade é muito apreciada por mim.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora