63

5.2K 489 281
                                    




Maya Pavlova




No dia seguinte, se eu não me engano estávamos indo para a quinta loja, o Gianluca definitivamente estava sendo bonzinho em me acompanhar e se dedicando muito em me ajudar a escolher as coisas. Roupinhas infantis para o bebê? bom, é caro, não nego e não achei que fosse essa facada toda, mas o bebê teria roupinhas até completar o primeiro aninho, mesmo sendo um absurdo a quantidade que compramos, li que o bebê perde as coisinhas muito rápido. Dizem que eles crescem tão rápido.

Que medo.

Sim, o quartinho dele seria montado e decorado na semana que vem, os móveis combinando são tão lindinhos, já podia ver o pequeno no berço dormindo todo preguiçosinho com aquelas bochechas gostosas. Meu bebê nem nasceu e eu já queria arrancar de dentro da barriga para morder e apertar as bochechas até umas horas.

Após subir a escada rolante do shopping, seguimos para a entrada de uma nova loja de artigos para bebê. Precisávamos comprar alguns acessórios, sapatinhos, produtinhos para a higiene e fraldas... Meu Deus! Fraldas... Literalmente muitas fraldas.

Eu havia acabado de atravessar a porta de vidro giratória e parei em frente ao segurança do local. Ele estava prestes a passar o detector de metal em mim quando o Gianluca me puxou para o lado e avançou no pescoço do homem, o prensando contra a parede ferozmente.

Por puro reflexo, toco a minha barriga e fico sem entender essa atitude do Gianluca.

— Você realmente foi treinado para fazer uma merda de trabalho mal feito? _Ele questionou o segurança, que estava horrorizado quanto eu.

— Senhor, poderia me dizer o que ocorreu em nossa loja? _Uma senhora apareceu.

Irado, o Gianluca empurrou o segurança igual um trapo e veio para o meu lado, pousando uma mão no meio das minhas costas.

— Não sei se conseguem perceber, mas a minha mulher está grávida. _Falou nervoso e se eu já estava confusa, fiquei realmente perdida.

— Ele passou o detector de metal na senhora? _A mulher me encarou pálida e eu neguei.

— Não. Mas faria se o meu marido não tivesse o parado. _Viro-me para o Gianluca. — Mas isso é regras da loja amor. Não tem problemas.

Os olhos do Gianluca cresceram e o riso contragosto fez-se presente em seus lábios.

— Maya, aquele aparelho eletrônico que detecta metal, se ele passasse em você poderia trazer riscos para o nosso filho mais para frente. Faz mal a radiação emitida. _Explicou.

Com o sangue congelando nas veias, virei-me para o segurança e iria avançar nele se o Gianluca não tivesse me puxado e me abraçado pelos ombros.

— Que ódio. _Estremeço, apertando os olhos.

— Está tudo bem. _Me beijou no rosto. — Vocês sabem o que fazer. _Ouvi ele dizer, mas não era para mim e sim para os soldados. — Ainda quer comprar nessa loja? _Ele recolheu meu rosto.

— Senhor, senhora, peço mil desculpas pela inconsequência de um dos nossos colaboradores. _A senhora falou e eu a olhei. — Nós não aprovamos esse tipo de erro e ele será devidamente penalizado.

— Com certeza será. _O Gianluca foi sarcástico e alisou minha barriga. — Ele tinha a opção de revistar ela e não fez. O desavisado quis morrer.

— Se acalmem. A gente pode resolver essa situação sem nenhum estresse. _A senhora falou temerosa. — Eu sou a gerente. _Aproximou e estendeu uma mão.

Vendo que o Gianluca iria ignora-la completamente, eu peguei.

— Senhora, eu não sei nada sobre esses aparelhos e do perigo que eles causam para mulheres grávidas, mas eu fico pensando se eu não tivesse com o meu marido. Entende? Essa ação iria passar despercebida. _Sou honesta e recolho minha mão.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora