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Gianluca Rossi













Graças a minha experiência eu conseguia esquecer o meu alívio para se dedicar ao da mulher que estava comigo e concentrado em seus gemidos, soube perfeitamente que aquele som que escapava do fundo da sua garganta, junto ao tremor em seu corpo, não era de alguém que estava gostando do que praticávamos ou sentia algum tipo de prazer com isso.

Desde o primeiro momento em que encostei nela e seu corpo retraiu e não me deixou avançar, eu reconheci que não seria fácil pra nenhum dos dois. A Maya é quebrada e eu tento, mas como concertar alguém machucando-a mais por simplesmente atender o seu desejo?

Eu fazia tudo, absolutamente tudo por ela, mas havia chego o momento de começar a dizer não.

Busquei ser cuidadoso no ato, aceitei a loucura de apagar quase praticamente toda a luz, evitei usar a maldita da minha cama que nunca levei nenhuma mulher e estou aqui, sentindo o quanto ela não quer me receber e o quanto de limite eu posso ir. Não dava realmente para se mexer, ela não estava receptiva e não sei porque merda quis tentar isso.

Já chega dessa porra!

Imediatamente, usei o tato para procurar o controle remoto e acendo completamente as luzes, ficando desesperadamente descrente por ver uma linha fina de pingos de sangue sobre a sinuca e próximo ao seu corpo.

O que ela fez?

Preocupado, pego firmemente em seus pulsos e a puxo para mim, sua testa caia em meu ombro e ela chorava. Passo uma mão para suas costas e eu continuei observando os pingos recentes de sangue e impulsionei o corpo para raspar o dedo em uma das gostas. A Maya gemeu, segurando meu quadril e tentando me afastar, o que não tem efeito. Estou nocauteado e desgraçadamente baqueado, perdidamente confuso, enquanto observo o sangue e o espalho, sujando os meus dedos e visualizando no canto da mesa de sinuca o que ela usou para se machucar.

"— Eu acho que ela está ficando louca."

Como um fragmento doloroso, as palavras da senhora Andrea vem como facas afiadas no meu estômago. Eu deveria ter me importado mais, porque certamente era sobre isso. No entanto, a Maya não está louca e posso entende-la perfeitamente agora. Porque tudo faz sentido.

A luz apagada.

Não querer o uso do lubrificante.

A minha cama que não tinha como se ferir.

Ela queria o tempo todo que eu não enxergasse que ela sentia prazer sobre o domínio da dor.

"— Eu quero que me machuque."

Lembro-me do seu pedido e isso me angustia e me faz lamentar sobre tudo, porque eu percebo somente nesse instante que seria nítido que se eu não fizesse, a machucasse como foi o seu pedido, ela buscaria isso de alguma forma e buscou.

Eu não preciso ser experiente no assunto para entender que depois das coisas perversas que aconteceu com ela, desencadearia alguma função traumática para lidar com o ato carnal. Foi o que ela aprendeu. Sentir prazer na dor. Ela não reconhece outra forma. Malditos sejam todos os miseráveis envolvidos que ousaram a toca-la sem sua aprovação. Que a machucaram, a abusaram e a violaram sem nenhum pudor.

É nítido, a Maya, de maneira involuntária, tornou-se vítima do sadomasoquismo sem sequer perceber.

Perturbado por ela, trago a mão para sua nuca e a abraço, engolindo o nó em minha garganta e pigarreando, drasticamente fudido por isso está realmente acontecendo conosco. A ouço intensificar o choro e meu coração despedaça. Estou de mãos atadas, não posso fazer nada além de abraça-la fortemente.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora