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Maya Petrov









— Me solta seu salafrário.

Ouço os berros de uma moça e desço as escadas com mais pressa.

— O que será que está acontecendo? _Me pergunto assustada e não vou até lá. Então o diabo bondoso passa por mim como um flash.

Vou atrás, mantendo uma certa distância e vejo uma garota, não tem mais do que 15 anos, sendo segurada por dois homens.

— Solte-a. _O Gianluca ordenou rudemente e os soldados a soltaram. Ele agarrou no braço da menina e a puxou para dentro de casa. Bateu a porta com força e a arrastou até a sala, a jogando no sofá com violência. — O que faz aqui Donatella? _Seu tom de voz era severo.

Curiosa, chego mais perto e encosto na parede, cruzando os braços e assistindo a cena.

— Tio. Meu pai me esculachou e me expulsou de casa. _A garota revelou sem nenhuma emoção e o diabo bondoso bagunçou os cabelos, agoniado.

Ela é da família.

— O que você fez?

— Quer saber mesmo? _A voz demorava entusiasmo e desafio.

— É óbvio, criança. _Ele estava nervoso.

— Entreguei minha virgindade a um dos soldados... _Confessou e bateu no estofado, rindo muito. — Tio do céu.... Foi tão gostoso. Caraca! O senhor deveria ter me contado.

Pela primeira vez vi o diabo com cara de tacho.

Coitado.

— Você fez o que? _Gritou.

— Ah, tio. Para com isso. O senhor sabia que cedo ou tarde iriam me entregar a qualquer filho da puta. Eu só ferrei com os planos do meu pai.

— Você está se ouvindo, sua infeliz? _Erguia a mão, mas não iria bater. Eu sei disso. — Você sabe para onde irão te mandar? Sua inconsequente do ca...

Ela o cortou.

— Meu pai disse que eu iria virar prostituta desde sempre. Sou mulher e deveria ter sido entregada ainda bebê. Eu sei das regras desse clã maldito.

— Quem sabe?

— Eu, você, papai e o finado. _Ela riu. Ela achava mesmo graça nisso? — Meu pai matou o soldado. Ô desperdício. Não se faz mais homens como aquele... Se o senhor ver o tamanho da "benga" do cara, o senhor vai concordar comigo. Foi no automático, eu abri as pernas.

Eu juro que tento levar a sério, mas não aguentei. Eu gargalhei e ambos me olharam.

— Não estou mais aqui. _Declaro e aponto para a escada.

— Epah. _A garota fez uma interjeição e caminhou até mim. — Quem é você? _Olhou-me de cima abaixo.

— Ninguém importante. _Digo e a dou as costas, mas ela me agarra e me faz voltar.

— Você, diz pro meu tio que não tem sensação melhor que dar pra um homem... _Me puxou, arrastando-me até a sala e segurando em meus braços, colocando-me a frente do Gianluca. — Fala pra ele que você me entende e que é muito bom quando dar pro meu tio. _Me sacudiu.

Eu engolia ar seco.

— Eu vou matar essa menina. _O diabo se irritou e eu desacreditei quando espalmei as mãos em seu peito. Suspiro forte.

— O que vão fazer com ela? _Pergunto.

O Gianluca estava completando perdido, olhando em meu rosto e minhas mãos em seu corpo.

— Vão me deixe virar uma puta. _A garota revelou. — O meu tio é o dono da porra toda e pode esconder minha burrada até que eu me case, e no dia da minha lua de mel embriague meu marido e ele não descubra que não sou mais virgem.

Cresço os olhos e me desvencilho do seu toque, virando-me e olhando-a.

— Você tem quantos anos? _Quero saber.

— 16.

Essa menina sabe até onde o cão malha.

Ô cabeça a minha... É claro que ela sabe. O cão é seu tio.

— Você só quer que ele fale com seu pai e escondam isso? _Pergunto.

— Sim. _Seus olhinhos verdes ficaram pidão.

— Ele fará isso.

A garota me espantou com um abraço inesperado e caímos no sofá.

— Sua namorada é um máximo tio. _Ela gritava, serelepe.

— Vem aqui garota. _O Gianluca a puxou bruscamente e eu me sentei no sofá.

Que loucura.

— Farei isso, mas você vai ter que andar na linha.

Ela bateu continência.

— Tudo que eu for fazer, será com camisinha.

— Eu vou te dar umas porradas. _Ele avançou e ela recuou.

— Tio, eu estou brincando. Mal humorado. _Emburreceu. — Agora vai resolver isso tio. Agiliza. Ou eu vou dar com vontade quando virar puta... Se bem que não é uma má ideia...

— Eu vou te matar. _Passou por ela, esbarrando em seus ombros e a garota caiu no sofá.

— Ele gosta de você. _Ela disse e o olhou bater a porta com força. Então se virou pra mim. — Me ensina umas coisas. Você deve ser perfeita, deve satisfaze-lo como ninguém... Também, era cada varapau que meu tio trepava que só Deus na causa.

— Eu não tenho nada com o seu tio. Estou é surpresa com você sabendo de tudo isso.

— Eu sou atentada mulher. _Bateu em meu ombro. — Eu ouço detrás da porta, já fui numa boate dentro do porta malas, exigi que me dessem uma chupadinha lá... Como pareço ser mais velha, era ficha passar pela segurança. Meus pais esperavam menino e jogaram na minha cara isso desde muito nova, fiquei revoltada e fiz de tudo para que eles tivesse realmente motivo para não me querer. O desprezo faz isso com as pessoas.

— Vai ficar tudo bem.

— Se não ficar, também que se foda. Odiava ter aula de etiqueta e vestir esses vestidos ridículos e sob medida. A máfia cria mulheres para ser exibida feito um troféu e sua função é apenas servir seus maridos. Eu não quero essa porra pra mim.

— Eu sinto muito.

— Não sinta. Eu quero mesmo é que se foda, minha mãe e meu pai.

— E o seu tio?

— Meu tio é um caso a parte. Queria tanto casar com ele quando era mais menininha. Mas aí cresci e entendi que Deus me livre.

— Você é doidinha.

— Eu quero falar de sexo. Vamos falar de sexo?

— Eu estou com fome. _Minto e fico de pé.

— Você é a negra mais linda que já vi.

Seu elogio me constrangeu por eu não esperar.

— Obrigada.

— Quando você e meu tio formalizar as coisas, vai ser o casal mais espetacular de toda a máfia. _Riu ligeiramente, pareceu pensar em algo e fez cara de boba.  — Também quero casar com um negão. Um africano. Eitah porra! _Se abanou. — Está quente aqui.

Que fogo é esse?

Meu Deus do céu!







CONTINUA...

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LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora