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Maya Petrov










Eu fiquei muito temerosa de ir lá no quarto dele e espera-lo chegar, por mais que fôssemos apenas dormir juntos, não dava para confiar, eu podia tenta-lo e ele cederia. Ele faz tudo por mim... Não por mim... Não sei explicar, porém notei desde sempre sua bondade.

É dele isso, eu reparei que ele trata as mulheres super bem, mesmo sendo duro com sua sobrinha naquele dia, eu vi o cuidado e o quanto ele era manso.

Eu não era especial, mas gostava tanto de como ele agia comigo.

Preciso ser madura o suficiente para colocar a cabeça no lugar e entender o que está se passando comigo internamente.

Eu estou feliz?

Sim, eu estou, pela primeira vez me sinto dona do meu corpo e sei que se falar não, serei atendida.

Mas também reconheço que eu e o Gianluca não temos nada de concreto. Sei que confio cegamente nele, que me sinto segura, que estou protegida e estamos construindo um respeito mútuo e que tem um papel que declara a todos os fins que sou sua esposa.

Não sei porque ele quis isso, não procurei entender os motivos, talvez um dia, mas por agora não. Tenho tanto medo de não ser do meu agrado o porquê, prefiro prolongar a descoberta. Eu também sei que pode ser insignificante a validade daquela certidão para ele e tudo bem, não houve um casamento e foi da minha vontade assinar.

A gente só transou. Pessoas transam o tempo todo, com química ou não. É banal para elas o ato em si. Por mais que para mim tenha sido diferente por conta daquilo que eu acredito sobre ter confiança para está nos braços de um homem, sobre ele me ver como sou, sobre o medo dos julgamentos, para ele pode ter sido normal. Um homem transando com uma mulher e se satisfazendo e pronto. Ele deve fazer isso o tempo todo, a hora que sentir vontade deve ter a mulher que quiser aos seus pés. Pais devem apresentá-lo suas filhas moças, virgens e que nunca foram tocadas por nenhum homem.

Sim, sei que pode está soando como se eu estivesse me diminuindo, me desmerecendo, mas eu não nasci ontem. Eu não era nenhuma ingênua quando vir para cá, no avião quando nos vimos pela primeira vez sim, mas depois não. Cheguei aqui outra pessoa.

E de novo, está tudo bem. Não posso me agarrar ao que aconteceu e me entregar ao desespero. Poxa, olha o passo tão grande que dei ontem, eu sentia que podia juntar todos os meus caquinhos novamente. Eu sei que vou ser muito feliz na vida e que terei ao meu lado um homem assim, que me trata como o Gianluca.

Talvez não tenha sua beleza, sua imponência e seu desbravamento, mas menos do que isso eu não vou aceitar.

Fui ao inferno e voltei ao outro lado dele, não me queimei e o diabo o qual me arrancou suspiros, me mostrou uma luz radiante.

***

Na tarde do dia seguinte, eu tomei um banho, sequei meus cabelos e me troquei, maquiando-me e descendo para aguardar na sala o horário para ir para a consulta.

A senhora Andrea disse que o Gianluca chegou ontem muito tarde e que a procurou para a instruir sobre o local e o que deveria ser feito, pois não sabia se ia chegar a tempo para me levar.

Obviamente que hoje cedo, quando desci para tomar café e mais uma vez ele não me acompanhou na refeição, fiquei bem tristonha, mas sabia que era o seu trabalho e que exigia muito dele, não é como se ele estivesse me ignorando... Eu acho.

- Está pronta, querida? _É a senhora Andrea.

Levanto-me do sofá e viro-me.

- Estou. Também não comi nada.

LUZ NO INFERNO (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora